sábado, 29 de dezembro de 2012

AGUENTA FIRME, MEU FILHO !


Acredite, não se deixe desanimar!

Deus nos dá oportunidade de conquistarmos vitórias

Quando estamos passando por um tempo de deserto, de secura espiritual, de sofrimento ou de doença, se não estivermos equilibradamente preparados (o que nunca estamos), nos deixamos vencer por um pessimismo que anda pelo ar e pelos corações das pessoas, um espírito de derrota, de fracasso incrível. A pressão, os comentários infelizes e as pessoas não têm culpa, elas estão mergulhadas, engolidas pelo pessimismo, muitas vezes, com pensamentos assim: “O meu problema é maior do que o seu”, “Mas eu tenho mais tempo nesta situação”, “Ah! você está passando por tudo isso e eu por mais aquilo...” “Não tem mais jeito!”, um falso conformismo toma conta do nosso coração e parece que patinamos e não saímos do lugar. Quando a Palavra nos exorta ao seguinte:
“Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito” (Romanos 12,2).
O sistema deste mundo tenebroso, e sem Deus, e o maligno têm nos feito acreditar que não é possível e que não somos capazes. “Como que eu, sozinho, vou mudar toda essa situação?” Por isso, renunciemos a esse espírito de derrota e alarguemos as nossas fronteiras, porque eu sei em quem coloquei a minha esperança, pois a esperança não engana, porque o Espírito de Deus foi derramado em nossos corações. Em Cristo, qualquer que seja a situação, nunca somos fracassados, mas sempre vencedores!
O Senhor nos dotou de uma capacidade chamada superação, lembremo-nos de Cristo caminhando para o Calvário, dos apóstolos e mártires no início da Igreja, de João Paulo II e Madre Teresa de Calcutá, que sempre se levantavam das cinzas e davam uma resposta diferente à vida e ao mundo.
Quando estamos passando por grandes dificuldades, ficamos vulneráveis e nos assemelhamos às esponjas, encharcando-nos de todo tipo de coisas, filosofias, entre outros. O sentimento fica à flor da pele e queremos nos agarrar à primeira coisa que nos aparece e falsamente nos dá conforto. Nessa hora é preciso ter calma, esperança e matar um leão a cada dia. A cada dia Deus nos dá oportunidade de conquistarmos vitórias, pois a nossa força é o Senhor e quer fazer de você um vencedor, lutando e tomando atitude na vida. Se não fossem as ondas e até as tempestades o barco não sairia do lugar, não avançaria para águas mais profundas e não experimentaria a oportunidade de uma pesca milagrosa. 

ACREDITE E NÃO SE DEIXE DESANIMAR!

A fé é uma experiência carismática de acreditar naquilo que não se vê, mas que se constrói e se torna realidade. Com Deus somos coadjuvantes de nossa história. A bem-aventurada Teresa de Calcutá disse certa vez: “Eu quero ser o lápis nas mãos de Deus!”. Não somos marionetes nas mãos do Senhor, Ele não brinca conosco, Ele faz conosco a história; isso não é um determinismo, muito menos um conformismo sem inteligência. Deus respeita as nossas escolhas, mesmo que elas sejam erradas, pois acredito que tudo concorre para o bem dos que O amam. E como bom Mestre Ele nos dá uma borracha para corrigirmos e refazermos a nossa vida. Nem tudo está perdido: as pessoas, aquilo que você está vivendo agora, as situações que estão fora do seu controle, Deus é bom e se manifesta no Amor e na Amizade.

“Tenho para mim que os sofrimentos da vida presente não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada” (Romanos 8,18).

Aguente firme, meu filho!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM

Santa Missa: a atualização do Sacrifício do Calvário



A Missa é chamada de Santa, pois se trata da atualização do único e definitivo sacrifício do Calvário de Nosso Senhor Jesus Cristo, é a renovação incruenta, ou seja, sem derramamento de sangue, do sacrifício de Cristo que é o Santo dos santos. Se todas as pessoas entendessem a magnitude de cada celebração eucarística, não achariam por diversas vezes a Missa chata e cansativa. A cada Missa ocorre o grande milagre da transubstanciação, ou seja, da completa mudança da substância do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Jesus Cristo, nosso Senhor. Porém, muitos ignoram que a cada Missa Jesus se entrega a nós com todo seu amor, em um sacrifício único e agradável a Deus, para a nossa salvação.

Para entendermos como a Santa Missa é importante (que além de ser ordenada pelo próprio Cristo “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22, 19), é desejada pelo Pai como uma oblação pura), podemos ler as passagens que seguem:

Inicialmente, o profeta Malaquias inspirado pelo Espírito Santo transmite como o Criador se encontra irritado com a falta de dignidade e pureza dos sacrifícios antigos:

O filho honra seu pai, e o servo reverencia o seu senhor. Se eu, pois, sou vosso pai, onde está a minha honra? E se eu sou o vosso Senhor, onde está o temor que se me deve? diz o Senhor dos exércitos. Convosco falo, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome, e que dizeis: em que desprezamos nós o teu nome? Vós ofereceis sobre o meu altar um pão imundo, e dizeis: Em que te profanamos nós? Nisso que dizeis: A mesa do Senhor está desprezada. Se vós ofereceis uma hóstia cega para ser imolada, não é isto mau? E se ofereceis uma que é coxa e doente, não é isto mau? Oferecei estes animais ao vosso governador, e vereis se eles lhe agradarão, ou se ele vos receberá com agrado, diz o Senhor dos Exércitos (Mal. 1, 6-8).


E diante de tal desagrado o profeta também diz que o Pai não aceitaria mais nenhum sacrifício antigo: “o meu afeto não está em vós, diz o Senhor dos exércitos; nem eu receberei algum donativo de vossa mão” (Mal 1, 10), e mais, prefigura um novo sacrifício puro e digno: “Porque desde o nascente do sol até o poente é o meu nome grande entre as gentes, e em todo lugar se sacrifica e se oferece ao meu nome uma oblação pura” (Mal. 1, 11). Ou seja, todo sacrifício oferecido da forma antiga, com sangue de animais não seria mais aceito, e em seu lugar deveria ocorrer um sacrifício puro para o agrado do Senhor dos exércitos.

Porém esta não é a única passagem bíblica que faz menção a um sacrifício puro oferecido a Deus. As passagens do Antigo Testamento podem prefigurar, por diversas vezes, os acontecimentos do Novo Testamento, através dos profetas e suas profecias. Em Gênesis (14, 18-20), podemos ver Melquisedec, rei de Salém e sacerdote do Deus altíssimo, oferecendo pão e vinho em Sacrifício a Deus e abençoando-os. Temos a certeza de que ele era sacerdote, pois no salmo 110 (109) versículo 4, podemos observar que o próprio Deus jurou a Davi “Você é sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec”. Já no Novo Testamento na carta de São Paulo aos Hebreus a partir do capítulo 8 podemos observar o apóstolo afirmar um novo sacerdócio, uma Nova Aliança mais benéfica, ou seja, as coisas não seriam mais como no passado, pois o sangue oferecido seria o do próprio Deus.


Fonte: Doutrina Católica Word Press






segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

TENHA UM FELIZ E SANTO NATAL


“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus, e a Palavra era Deus. Ela existia, no princípio, junto de Deus. Tudo foi feito por meio dela, e sem ela nada foi feito de tudo o que existe. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. Veio um homem, enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, a fim de dar testemunho da luz, para que todos pudessem crer, por meio dele. Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz."


"Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina.  Ela estava no mundo, e o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não a reconheceu.  Ela veio para o que era seu, mas os seus não a acolheram. A quantos, porém, a acolheram, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus: são os que creem no seu nome. Estes foram gerados não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.  E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que recebe do seu Pai como filho único, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho dele e proclama: “Foi dele que eu disse: ‘Aquele que vem depois de mim passou à minha frente, porque antes de mim ele já existia’”. De sua plenitude todos nós recebemos, graça por graça. Pois a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.  Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi quem o deu a conhecer.” (Jo 1,1-18) 

Em festa de Família, todos se reconheçam filhos de Deus e irmãos uns dos outros.

Feliz e Santo Natal de 2012
Abençoado 2013

Selso Moraes Coordenador GO Rainha da Paz


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A TIBIEZA ESTA GRANDE INIMIGA


Em alguns períodos difíceis de nossas vidas, enquanto cristãos e cristãs, podemos detectar em nós alguns dos sintomas da tibieza, entre os quais a frieza, a apatia, o desânimo, a insatisfação com Deus e conosco mesmo, a falta de estímulo, do desejo ou da disposição para a oração diária e até mesmo a falta de forças para decidir por algo ou desistir de alguma coisa. Se você está sofrendo deste mal, não se desespere: é uma situação comum na vida dos cristãos, e o único remédio conhecido é infalível:  você precisa de humildade para se reconhecer dependente de Deus, e de persistência para buscá-lo, mesmo que não sinta a sua Presença.

É preciso, em primeiro lugar, tomar consciência da sua condição de necessitado(a) de uma renovação constante do Espírito de Deus em sua vida. A oração constante e a abertura à ação da Graça divina farão de você um homem ou uma mulher fervoroso(a), capacitados pelo Espírito a transbordar no mundo o Amor infinito de Deus.

Uma alma tíbia é uma alma morna, fraca, preguiçosa, desanimada e sem fervor. Esta "doença da alma" traz sérias consequências, - não só para a nossa vida espiritual, mas afeta todas as realidades da nossa existência, em muitos casos até mesmo nossa saúde física. - Essa doença é consequência do pecado e desenvolve-se com facilidade nas almas que são inimigas das renúncias, dos sacrifícios da oração diária. Nos que possuem uma natureza indolente e preguiçosa, a disciplina precisa ser buscada, perseguida, cultivada todos os dias... O fiel precisa persistir no Caminho da santificação, mesmo  (e principalmente) quando lhe parecer impossível.


Mas pouco adianta dizer, simplesmente, que é preciso aplicar à doença da tibieza o remédio da humildade e da persistência. Seria como dizer a um doente que o remédio para ele é a saúde, sendo que é exatamente este o seu problema: a falta de saúde.

No âmago da questão, a verdade mais profunda é que o único remédio contra a tibieza é o Espírito Santo, porque não existe verdadeiro fervor por Deus se não for inflamado pelo Fogo do Espírito. O pecado endurece o coração e torna a pessoa indiferente a Deus. O Espírito nos aponta as raízes do pecado, fortalece-nos para a batalha, fecunda em nós os seus dons, purifica-nos, aquece e inflama o nosso ser.

O Espírito Santo é em nós como o fogo quando se apega à lenha úmida: primeiro a expurga, arrancando-lhe com estalos todas as impurezas, depois a inflama progressivamente, até que se torne toda incandescente e ela mesma se transforme em fogo. Ele, que faz novas todas as coisas, quer fazer fervorosos, animados e ativos as pessoas tíbias.

Concretamente, isto quer dizer que o Espírito Santo nos preserva de cair na tibieza, e se por acaso já nos encontrarmos neste estado, livra-nos dela. É impossível sair da tibieza sem uma intervenção decisiva do Espírito; se tentarmos fazê-lo por nossos próprios esforços, mergulharemos ainda mais no pecado do orgulho.

Olhemos para os Apóstolos antes de Pentecostes: eram tíbios, incapazes de vigiar uma hora, discutindo sobre quem seria o maior, incapazes de entender a Mensagem de Cristo e fugiram diante da ameaça. Depois que o Espírito veio sobre eles, tornaram-se a imagem viva do zelo, do fervor e da coragem. Fervorosos no pregar, no adorar a Deus, no iniciar e organizar as comunidades da Igreja e, enfim, até no sacrificar a vida por Cristo.

Cirilo de Jerusalém escreve: "Os Apóstolos receberam o Fogo que queima os espinhos dos pecados e dá esplendor à alma", e um escritor medieval escreve: "O Paráclito que, em línguas de Fogo, desceu sobre os Apóstolos e os discípulos, desce também sobre nós como fogo: para queimar e destruir a culpa, para purificar a natureza, para consolidar e aperfeiçoar a Graça, para expulsar a preguiça de nossa tibieza e acender em nós o fervor do seu Amor" (Hermann de Runa, Sermões Festivos, 31).

Muitos santos passaram por um longo período de tibieza, mas nenhum deles foi santo sem ter sido transformado pelo poder e ação viva do Espírito Santo:

"Passei nesse mar tempestuoso quase vinte anos, ora caindo ora levantando. Mas levantava-me mal, pois tornava a cair. Tinha tão pouca perfeição que, por assim dizer, nenhuma conta fazia de pecados veniais. Se temia os mortais não era a ponto de me afastar dos perigos. Sei dizer que é uma das vidas mais penosas que se possa imaginar. Nem me alegrava em Deus, nem achava felicidade no mundo. Em meio aos contentamentos mundanos, a lembrança do que devia a Deus me atormentava. Quando estava com Deus, perturbavam-me as afeições do mundo" (Santa Teresa de Jesus, Vida, 8,2).

Quando invocamos o Espírito, clamamos: "Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor", mas às vezes este clamor também é frio, porque fria é a nossa esperança. Com o auxílio da graça, porém, é possível sair da tibieza e passarmos da condição de tíbios frios e temerosos a animados e fervorosos no Espírito.


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

FAZER TUDO SÓ POR AMOR A DEUS


Disse Santo Afonso de Ligório no seu famoso livro A pratica do amor a Jesus Cristo que “muitas de nossas ações, boas em si mesmas, pouco ou nada valerão junto de Deus, porque são fei­tas para outro fim e não para a glória divina”. E o santo expli­cou que o amor-próprio é que faz perder todo ou em grande parte o fruto das nossas boas obras. Afirmou ele que até mesm­o nos trabalhos mais santos de pregador, confessor, missionário, alguns pouco lucram porque não têm em vista unica­mente a Deus, mas a glória do mundo ou a vaidade de apare­cei; Isso nos faz lembrar as palavras de Jesus: “Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu” (Mt 6,1).

Essa é a razão pela qual muitos ficam inquietos ao verificar que, após muitas fadigas, fracassaram em seus empreendimen­tos. E sinal de que não tiveram em vista apenas fazer a vontade de Deus. Quando desempenhamos alguma atividade movidos pelo amor a Deus e aos homens, não nos perturbamos, mesmo que não sejamos bem sucedidos. Se nossa reta intenção for a de agradar a Deus, podemos dizer que alcançamos o fim desejado.

Santo Afonso dá os sinais que nos indicam quando estamos fazendo algo só por amor a Deus: primeiro, não nos perturbamos em caso de fracasso porque sabemos que tudo depende de Deus; segundo, alegramo-nos com o bem que os outros fa­zem, como se nós mesmos o tivéssemos realizado; terceiro, acei­tamos de boa vontade o que a obediência nos pede sem prefe­rência para algum trabalho especial; quarto, não ficamos à es­pera de louvores nem de aprovações dos outros após cumprir mos o próprio dever; não ficamos tristes se formos criticados ou desaprovados pelos outros e se, por acaso, recebemos, qual­quer elogio, não nos envaidecemos, mas afastamos o sentimento de vanglória.

São Paulo explica isso aos cristãos colossenses dizendo:

“Tudo o que fizerdes, fazei de bom coração, como para o Senhor e não para os homens, certos de que recebereis, como recompensa, a herança das mãos do Senhor” (Cl 3,23-24). É essa pura intenção de fazer­mos tudo por amor a Deus e para Sua glória que valoriza todos os nossos atos e trabalhos, por menores que sejam. As ações mais comuns como o trabalho, as refeições, o estudo, a prepa ração do almoço, a arrumação da casa, etc., feitas com amor Deus, possuem grande valor. Nesse sentido, é importante acei­tarmos de bom grado a atividade que nos cabe realizar, o trabalho que Deus nos dá para executai; Precisamos fazê-lo da me­lhor maneira possível, de coração, com todo o amor, fazendo­-o para Deus e não apenas porque o patrão fiscaliza ou porque ganharemos algum dinheiro. Pouco importa se o Senhor nos coloca em funções honrosas aos olhos dos homens ou em uma atividade obscura e humilde. O que importa é amarmos a Je­sus com puro amor, combatendo os desejos do nosso amor­ próprio que sempre nos quer ver ocupados em obras honrosas.

Em resumo, precisamos com a mesma paz procurar fazer tudo, coisas grandes ou pequenas, agradáveis ou desagradáveis, bastando que agradem a Deus. É preciso que não sejam os escravos do amor-próprio e que saibamos servir a Deus, não apenas conforme o nosso próprio gosto, em tal emprego, em tal lugar, com tais companheiros, em tais circunstâncias, etc. Podemos, enfim, concluir com as palavras de São Paulo: “Por­tanto, quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Cor 10,3). Nossa recompensa será a verdadeira felicidade nesta vida e o céu na outra.

Prof. Felipe Aquino

Fonte: Cléofas.com.br
Imagem: Selso Moraes