sábado, 29 de março de 2014

DIGA NÃO À IMPOSIÇÃO DA “IDEOLOGIA DE GÊNERO” NAS ESCOLAS

Não quero que a Ideologia de Gênero seja inserida no PNE!

 
Peço que vote contra a inserção da Ideologia de Gênero no Plano Nacional de educação. Trata-se de uma ideologia idealizada por fundações internacionais e pelos partidos de esquerda e que tem como objetivo final a abolição da família.  É apresentada sob a maquiagem da luta contra o preconceito, mas na verdade o seu objetivo é subverter completamente a sexualidade humana para que também a família possa ser destruída. Como se trata de uma ideologia controversa e sem nenhum fundamento científico, só resta aos seus defensores apresentá-la sob a bandeira da luta contra o preconceito.
Se essa ideologia for introduzida em nosso sistema educacional, estará comprometido todo o edifício social e legal que tinha seu sustento sobre a instituição da família. Os princípios legais para a construção de uma nova nova sociedade, baseada na total permissividade sexual, terão sido lançados. A instituição familiar passará a ser vista como uma categoria “opressora” diante dos gêneros novos e inventados, como a homossexualidade, bissexualidade, transexualidade e outros. Para que estes novos gêneros sejam protegidos contra a discriminação da instituição familiar, kits gays, bissexuais, transexuais e outros poderão tornar-se obrigatórios nas escolas. Já existe inclusive um projeto de lei que pretende inserir nas metas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional a expressão “igualdade de gênero”.
Diante do exposto pelo que vote contra a inclusão da Ideologia de Gênero no PNE. Não custa lembrar que estamos em ano eleitoral e que os responsáveis pela inclusão dessa ideologia em nosso sistema educacional serão lembrados nas urnas.

No final do ano passado, voi votado no Senado Federal o projeto para o Plano Nacional de Educação. O PNE contém as diretrizes para todo o sistema educaional brasileiro para os próximos anos. Dentre os diversos problemas que se encontram no texto, o mais grave deles é a inserção da Ideologia de Gênero em nosso sistema educacional. Na ocasião, os senadores rejeitaram a tentativa de tornar obrigatório o ensino dessa ideologia em nosso sistema educacional. 
Após a votação no Senado, o PNE foi para a Câmara dos Deputados, onde será votado por uma Comissão Especial. A votação final ocorrerá no dia 19, na próxima semana. Vários deputados afirmaram que são favoráveis à obrigatoriedade da insersação da Ideologia de Gênero. Além disso, o relator da comissão, o deputado Álvaro Vanhoni, do PT do Paraná, adotou a mesma posição defendida pelo presidente da ABGLT, ou seja, a defesa da inclusão da Ideologia de Gênero no sistema educacional brasileiro. 
Como já foi explicado em outra ocasião, a Ideologia de Gênero é uma técnica idealizada para destruir a família como instituição social. Ela é apresentada sob a maquiagem da "luta contra o preconceito", mas na verdade o que se pretende é subverter completamente a sexualidade humana, desde a mais tenra infância, com o objetivo de abolir a família. 
Além disso, a palavra “gênero”, segundo os criadores da Ideologia de Gênero, deve substituir o uso corrente de palavra “sexo” e referir-se a um papel socialmente construído, não a uma realidade que tenha seu fundamento na biologia. Desta maneira, por serem papéis socialmente construídos, poderão ser criados gêneros em número ilimitado, e poderá haver inclusive gêneros associados à pedofilia ou ao incesto. É o que diz, por exemplo, a feminista radical Shulamith Firestone: “O tabu do incesto hoje é necessário somente para preservar a família; então, se nós nos desfizermos da família, iremos de fato desfazer-nos das repressões que moldam a sexualidade em formas específicas”. Ora, uma vez que a sexualidade seja determinada pelo "gênero" e não pela biologia, não haverá mais sentido em sustentar que a família é resultado da união estável entre homem e mulher.
Se estes novos conceitos forem introduzidos na legislação, estará comprometido todo o edifício social e legal que tinha seu sustento sobre a instituição da família. Os princípios legais para a construção de uma nova nova sociedade, baseada na total permissividade sexual, terão sido lançados. A instituição familiar passará a ser vista como uma categoria “opressora” diante dos gêneros novos e inventados, como a homossexualidade, bissexualidade, transexualidade e outros. Para que estes novos gêneros sejam protegidos contra a discriminação da instituição familiar, kits gays, bissexuais, transexuais e outros poderão tornar-se obrigatórios nas escolas. Já existe inclusive um projeto de lei que pretende inserir nas metas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional a expressão “igualdade de gênero”. 
Por isso, temos de nos manifestar imediatamente e pedir aos deputados que rejeitem completamenta a introdução da Ideologia de Gênero em nosso sistema educacional.
Vote aqui:

quinta-feira, 27 de março de 2014

SÓ AMA O PRÓXIMO QUEM AMA A DEUS DE TODO O CORAÇÃO

Quando eu amo a Deus com todo o meu coração e com toda a minha alma, eu sou capaz de amar o meu próximo, eu sou capaz de respeitar o meu próximo, eu sou capaz de reconhecer o lugar que ele merece no meu coração.
 
"O primeiro é este: Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo!” (Marcos 12-28-31).

Os Mandamentos do Senhor não são pesados para nós, desde que saibamos colocar as coisas na devida ordem e no devido critério. Sim, é preciso ter prioridades em nossa vida; a vida de um ser humano, de um filho de Deus, começa a ficar bagunçada e a perder a ordem quando ele não estabelece critérios de prioridades.
E quais são as prioridades da nossa vida? A prioridade é aquilo que vem do fundo da nossa alma, as prioridades vêm das nossas paixões e de tudo daquilo que para nós é importante.
“Amarás o Senhor teu Deus com toda a sua força, com todo o teu coração, com toda a tua capacidade”. Saber colocar Deus em primeiro lugar significa ter os pensamentos de Deus, os sentimentos d’Ele e ser guiado por Ele. A voz interior d’Ele, que clama em nós, ordena, primeiro, a nossa vontade, pois quantas vezes nós temos vontades negativas dentro de nós? Quantas vezes vêm desejos dentro de nós que não são bons, são maus! Mas, se nós permitirmos que a voz interior, a voz de Deus, a qual nós encontramos um dia, comande a nossa vontade, nós poderemos discipliná-la mais. A voz de Deus, que comanda os nossos desejos e as nossas intenções, vai nos levar a cada dia a adorarmos o Senhor pela oração, pois quando amamos a Deus, nós acordamos sedentos d’Ele e dormimos com Ele dentro de nosso coração.
Quando nós amamos a Deus, nós O colocamos naquilo que fazemos; nós O colocamos em nosso trabalho, em nossas relações, nós O colocamos aonde nós vamos e onde estamos.
Amar a Deus não significa ser de Deus somente quando eu estou na Santa Missa, quando eu estou fazendo uma oração. Ser de Deus e amar a Deus significa colocá-Lo em primeiro lugar em todos os lugares e em tudo o que faço Ele ser prioridade para mim.
Quando eu amo a Deus com todo o meu coração e com toda a minha alma, eu sou capaz de amar o meu próximo, eu sou capaz de respeitá-lo e de reconhecer o lugar que ele merece no meu coração. É o amor de Deus que orienta todos os amores do nosso coração!
Que Deus abençoe você!
 

quarta-feira, 26 de março de 2014

A PÁSCOA SE APROXIMA MAIOR É NOSSA PREPARAÇÃO

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwkcQEWJFMXNvwFjFC7wnSvkx-zAHFFSrsKBrDDWhObB-uLGGF2OJSfBTjT8as_Tq8hzom9rbdahVXMk7g3tLU6M7dUggoDTk3DEvlmLr0aqVTZxb1QWgoO97KQuVtNcN3MAB8t6cxReZL/s320/ENF27.jpg 
A Páscoa se aproxima; maior é a nossa preparação. 
Queremos mais transparência em nossas atitudes e 
poder enxergar melhor quem é Jesus. 
É tempo de perceber se estamos realmente empenhados 
contra a exploração humana. Até é preciso
sendo um ano eleitoral, avaliar se adotamos os critérios de Deus
 na escolha de nossos representantes, como na escolha de Davi. 
Se, de fato, acreditamos na Luz que é Jesus, não podemos 
admitir as trevas da exploração humana.
(Liturgia)

sexta-feira, 21 de março de 2014

PROJETO JESUS NA COPA IRÁ EVANGELIZAR NOS ESTÁDIOS DE FUTEBOL

http://rccbrasil.org.br/imagens/images/Projetos/mar2014/missoes03.jpg 

O anúncio do Evangelho de maneira ousada e criativa tem sido realizado pelos membros do Ministério Jovem da RCC do Brasil com renovado ardor missionário e interação social. Prova disso, são as missões que os Sentinelas já realizaram como o Jesus no Litoral, missão Rio 2010 (pré-ENJ nas comunidades da cidade), JMJ Madri 2011, Maceió 2011, Belém/PA 2012 e a Missão Jesus no litoral na JMJ Rio2013. Em 2014, o trabalho missionário se estende aos eventos esportivos e pretende levar a "onda do amor de Deus" pelos estádios de futebol com o projeto Jesus na Copa.
O projeto é fundamentado nas 'DIRETRIZES GERAIS DA AÇÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA NO BRASIL 2011 - 2015', no número 80, que diz:
"Contradiz profundamente a dinâmica do Reino de Deus e de uma Igreja em estado permanente de missão, a existência de comunidades cristãs fechadas em torno de si mesmas, sem relacionamento com a sociedade em geral, com as culturas, com os demais irmãos que também creem em Jesus Cristo e com as outras religiões. Inclusive eventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, que o Brasil vai sediar nos próximos anos, podem ser momentos de evangelização, especialmente da juventude" (Documento 94 CNBB. n 80).
De acordo com o coordenador nacional do Projeto, Ruy Lima, nos próximos dias, o Ministério Jovem da RCC do Brasil, lançará o 'Manual orientativo' para a missão que irá acontecer por conta da Copa do Mundo, conforme anunciado e motivado no workshop do Ministério, no último Encontro Nacional de Formação – (ENF 2014 em Aparecida - SP).  Além do manual, outras ações estão sendo preparadas para movimentar o dia do lançamento. “Tudo está sendo pensado, rezado e articulado com muito zelo, contemplando as mais variadas realidades do nosso país-continente onde sediarão a Copa. As 12 capitais sede ou ainda outras realidades que, mesmo não sediando a copa, estarão unidas a esta iniciativa da RCC do Brasil”, afirma o coordenador.
Portanto, o projeto representará um momento de grande unidade entre os membros do nosso Movimento com a sociedade. “Lembrando que a missão na Copa será executada diretamente pelas dioceses das cidades sede”, afirma Wiliam de Paula, coordenador nacional da Comunicação do Ministério Jovem.
Enquanto julho não chega, a equipe de organização se empenha com as orações no trabalho das atividades do projeto e motiva a juventude sentinela de todo o país: “Entendemos que precisamos preparar um povo bem disposto para o Senhor. E que "É CHEGADA A HORA"! A criação geme e espera, como que em dores de parto, pela manifestação dos filhos e filhas de Deus. Estamos sendo sucumbidos por tantas "alternativas" e situações que já nos cercam e querem eliminar qualquer proposta de vida e felicidade verdadeiras”, conclui Ruy.

quinta-feira, 20 de março de 2014

PRAZER EM CONHECE-LO

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 Houve um homem que deixou uma grande descendência, comparada com as areias do mar ou as estrelas do céu. Seu nome, Abraão (Cf. Gn 12,1-4), está ligado às grandes religiões monoteístas, o judaísmo, o islamismo e o cristianismo. Um nômade chamado a deixar a própria terra, convocado a apostar numa promessa de paternidade, quando os anos lhe eram passados. Arriscou sua vida na visão do invisível, por ter conhecido a experiência magnífica da fé. Até seus afetos foram tocados, inclusive endurecidos, quando esteve disposto a sacrificar o fruto da promessa. É que alguém passava na frente de todas as suas seguranças. Ele é chamado pai da fé, para a imensa multidão que se espalha pelos rios da terra e da história!
No rastro deixado por Abraão, homens e mulheres caminharam atrás do invisível, enfrentaram obstáculos intransponíveis, viveram de esperança em esperança. Aquele em que acreditavam suscitou-lhes profetas, pessoas teimosas que entreviam luz onde tudo parecia treva, gente que arregimentava multidões, capazes de atravessar desertos durante quarenta anos, ou sofrer o exílio, a perseguição e a incompreensão. Muito mais tarde, depois de apanhar de tudo e de todos, cresce um resto pequeno e fiel, aqueles que foram chamados pobres de Javé. Com eles a chama permaneceu acesa. E veio Jesus, Verbo de Deus feito carne, para tornar visível e presente o amor de Deus, que amou seriamente o mundo!
Os que tiveram primeiro o prazer de conhecê-lo formaram um grupo, chamados de discípulos. Quem foram eles? Pescadores e pecadores, funcionários, comerciantes, publicanos, doentes que jaziam à beira da estrada, pobres e ricos, gente bonita e gente feia. Deus tem um gosto diferente! É que Ele vê lá dentro, sabe descobrir uma chama bruxuleante dentro do coração das pessoas. E o faz mais do que qualquer outro. Por isso, muitos querem ter o prazer de conhecê-lo.
Os primeiros discípulos tiveram surpresas ao se decidirem a seguir Jesus. Para muitas pessoas, a expectativa era de um Messias poderoso, cheio de poder e autoridade, disposto a enfrentar os poderes opressores, corajoso diante das ameaças. As conversas correntes aprontavam para um líder glorioso, e se apresenta um homem que percorre as estradas da Palestina, anunciando um Reino que é de Deus, propondo uma vida diferente, curando as pessoas, a espalhar o perdão, erguendo os braços e pernas vacilantes. Muito prazer tiveram ao conhecê-lo, ainda que os deixasse implicados com a novidade.
Uma das realidades humanas cultivadas por Jesus foi a amizade. Três de seus discípulos o acompanharam em ocasiões especiais. O primeiro, Pedro, homem da generosidade, da sinceridade, da insegurança e da negação. Depois os dois “Filhos do Trovão – Boanerges”, cujo apelido não deve ter significado muita coisa boa. Um deles, pela proximidade com Jesus, João, fez com que até hoje valorizemos quem é “amigo do peito”. Os três acompanharam Jesus quando foi à Casa de Jairo, estiveram com Ele (dormindo!) durante as horas de agonia no Horto das Oliveiras e foram reconhecidos como colunas da Igreja nos tempos apostólicos. Sempre próximos de Jesus, nas intervenções oportunas ou não, mas amigos, daquele tipo de amizade sincera que dizemos ser um santo renmédio! E foi diante deles que Jesus quis apresentar-se com o que havia de mais bonito, quando os conduziu ao monte que a tradição reconheceu ser o Tabor.
Ao se apresentar diante deles, Jesus teve o cuidado de assegurar-lhes, num respeito profundo às tradições em que tinham sido criados, testemunhas qualificadas, Moisés e Elias, a Lei e os Profetas. Como se não bastasse, é na nuvem da presença divina que são envolvidos e a voz do Pai se manifesta, para proclamar que nele estava todo o seu agrado. Por isso, era para escutá-lo. Prazer em conhecer Jesus! A experiência dos discípulos se destina a todos nós.
Conhecer Jesus quer dizer aprender que com a paixão e a cruz se chega à glória da Ressurreição. Deus não nos engana, mas nos faz realistas, com os pés no chão, para edificar a fidelidade cotidiana e enfrentar, sem desanimar, todos os desafios da vida. Discípulo se forma no torno de um cotidiano apertado mesmo, no qual se aprende a amar e a sair de si.
O prazer em conhecer Jesus leva as pessoas a se interessarem por Ele, pela força de sua Palavra, cria nelas o empolgamento pelas causas que são suas, como a verdade, a justiça e a fraternidade. Trabalhar pelo bem dos outros passa a ser a alegria da vida, e os pesos desaparecem! Ao descer das montanhas em que o Senhor se revela, ao longo da vida, àqueles que são seus, Ele continua pedindo o silêncio do testemunho, para que suas vidas suscitem questionamentos e as pessoas sejam conduzidas a fazerem a mesma experiência. Tanto é verdade que São Paulo, ecrevendo ao seu amigo Timóteo, não teve receio de dizer-lhe: “Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de força, de amor e de moderação. Portanto, não te envergonhes de testemunhar a favor de nosso Senhor, nem te envergonhes de mim, seu prisioneiro; mas, sustentado pela força de Deus, sofre comigo pelo evangelho. Deus nos salvou e nos chamou com uma vocação santa, não em atenção às nossas obras, mas por causa do seu plano salvífico e da sua graça, que nos foi dada no Cristo Jesus” (2 Tm 1,7-9).
O Pedro das várias aventuras com Jesus, que até pediu que dele se afastasse seu amigo, por sentir-se pecador, o que foi feito pescador de homens em lugar dos peixes, guardou a memória dos acontecimentos da Transfiguração: “Não foi seguindo fábulas habilmente inventadas que vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, mas sim, por termos sido testemunhas oculares da sua grandeza. Efetivamente, ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando do seio da esplêndida glória se fez ouvir aquela voz que dizia: ‘Este é o meu Filho bem-amado, no qual está o meu agrado’. Esta voz, nós a ouvimos, vinda do céu, quando estávamos com ele na montanha santa” (2 Pd 1, 16-18). Com Pedro, Tiago e João, descendo da montanha para a planície, resplandeça em nossas ações a luz daquele que tivemos o prazer de conhecer!

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Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém do Pará
Assessor Eclesiástico da RCCBRASIL
 

domingo, 16 de março de 2014

UM DIA TODO FILHO SE TORNA PAI DE SEU PAI

 
"Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.
É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.
É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e instransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.
É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela – tudo é corredor, tudo é longe.
É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.
E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.
Todo filho é pai da morte de seu pai.
Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.
E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.
Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.
Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.
A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.
Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.
A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.
Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.
Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?
Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.
E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.
Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.
No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:e
— Deixa que eu ajudo.
Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.
Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.
Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.
Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.
Embalou o pai de um lado para o outro.
Aninhou o pai.
Acalmou o pai.
E apenas dizia, sussurrado:
— Estou aqui, estou aqui, pai!
O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali".

segunda-feira, 10 de março de 2014

VINDE E VEDE 2014, O BRASIL NOS CONHECEU



Retiros de Carnaval são tomados pela experiência de Pentecostes em SC


altNos quatro cantos do estado de Santa Catarina, criativas e inspiradoras formas de evangelização buscaram cativar almas para o Senhor durante o período do carnaval. Oito das dez dioceses catarinenses promoveram encontros, reunindo pessoas para viverem e testemunharem a forte experiência de Pentecostes.
Foram mais de 3500 participantes espalhadas pelo estado, mas unidos pelo vínculo da paz e pela unidade do Espírito, entre jovens, crianças e adultos. Número ainda que não comporta todas as pessoas também alcançadas pelos meios de comunicação, Web Rádio e redes sociais, as quais cremos que Deus tocou profundamente.
A diocese de Chapecó recebeu muitos testemunhos de curas nas famílias, tema abordado no retiro com bastante intensidade. “O que realmente me tocou nesse retiro foi perceber o quanto eu amo minha família, coisa que eu nem sabia”, confessa uma das participantes.
altJá a diocese de Criciúma trouxe algumas inovações na realização do Vinde e Vede 2014 e os frutos já podem ser contemplados na vida dos retirantes: “Todos os momentos foram maravilhosos, adoração ao Santíssimo, terço, animação com as irmãs, Missas com a juventude em jejum, pregações. Mas, neste ano, Deus resolveu me tocar mais na animação, onde eu louvava a Ele na alegria, no amor. A cada música cantada eu lembrava dEle e de seu amor por mim”, testemunha uma jovem.
altTambém, na diocese de Joaçaba as palavras de unção "Nada temas" (Is 44,2), proclamadas na pregação de Fernando Fantini, foram assumidas com propriedade pelos carismáticos, que sentiram o pavilhão Cinquentenário de Concórdia ser incendiado pelo poder do Espírito Santo.
O feriado também foi marcado pelo Carnaval com Cristo, realizado na Cidade de Curitibanos, diocese de Lages, onde cerca de 230 jovens puderam ter um encontro pessoal com Jesus. Durante o retiro, foram trabalhados temas como o amor de Deus, fé, conversão, afetividade, sexualidade e família, além de outras atividades teatrais e apresentações musicais feitas pelos próprios jovens. altO momento da adoração de forma especial proporcionou aos jovens uma experiência incrível, em que diversas curas foram realizadas para a glória de Deus. O evento encerrou com testemunhos de alguns jovens, seguido pela celebração da Santa Missa, que contou com a presença dos pais dos participantes.
Rendemos também louvores a Deus pela vida dos servos que se doaram em cada um desses encontros, nos quais todas as atividades foram planejadas e realizadas sob o mover do Espírito Santo, por meio dos quais poderemos colher muitos testemunhos e frutos agradáveis aos olhos de Nosso Senhor, Jesus Cristo, unidos pela força da cruz, entusiasmados pela alegria e certeza da ressurreição.
Fonte: Ministério de Comunicação Social RCC Santa Catarina
http://www.rccbrasil.org.br/eventos/index.php/artigos/593-retiros-de-carnaval-sao-tomados-pela-experiencia-de-pentecostes-em-sc 

domingo, 9 de março de 2014

VINDE E VEDE A ALEGRIA DO CÉU CHEGOU

 
“Que alegria estar celebrando esta missa em ação de graças como coroamento desta grande festa onde Deus foi convidado a participar!”, iniciou o bispo da Diocese de Criciúma, Dom Jacinto Inacio Flach, em sua homilia na manhã desta terça-feira, 04, no encerramento da 18ª edição do Retiro Vinde e Vede, no Centro de Eventos Maximiliano Gaidzinski, em Criciúma.

O tradicional retiro promovido pela Renovação Carismática Católica (RCC), com o tema “Reunidos num só corpo pela força da cruz” (cf. Efésios 2,16), reuniu cerca de 1,2 mil jovens, de sábado (1º) até hoje. Em sua fala, Dom Jacinto agradeceu aos jovens pela escolha. “Fazer festa com Deus é fazer festa onde a alegria e a esperança não nos abandonam. Estão todos de parabéns! Pessoas que vivem buscando a verdadeira felicidade”, enfatizou. O bispo convidou os jovens a dar uma salva de palmas aos chamados “servos”, casais e leigos voluntários que auxiliam nos diversos serviços necessários a promoção dos quatro dias de encontro.

O bispo fez uma alusão ao Evangelho do dia, afirmando que aqueles que deixam “as coisas do mundo”, não ficam sem a recompensa eterna.


 
 
Dom Jacinto agradeceu aos responsáveis pela coordenação, animação e pregação do retiro e mais uma vez, voltou seu agradecimento aos jovens: “Quantos voltam hoje para casa derrotados, desanimados. Vocês voltam com a gratidão e com as bênçãos de Deus!”, disse-lhes. Dom Jacinto afirmou ver jovens com o coração bem preparado para viver a Quaresma, após inúmeras confissões atendidas por ele e pelos padres durante o encontro.

Ao final da celebração, o assessor diocesano da RCC, padre Claudio Peters, tomou a palavra lançando um desafio aos jovens: que cada participante desta edição convide um amigo para participar do retiro em 2015. Com muito entusiasmo os jovens acolheram a missão.

Também no final da missa, o secretário Diego Vieira mobilizou a juventude para ajudar na construção da Casa Cordeiro de Deus, futura sede do movimento na comunidade Novo Caravaggio, em Içara. Um vídeo foi apresentado, mostrando o espaço doado pelo casal Zefiro e Ana Giassi e a gruta existente no local. O ofertório da santa missa foi dedicado às obras da casa. Outros dois vídeos também foram apresentados durante a celebração, um com depoimentos dos retirantes e outro mostrando a dedicação dos servos durante o retiro.

 
Por fim, a coordenadora diocesana da RCC, Luciana Neves agradeceu de forma muito especial ao bispo diocesano, padres e religiosas pela presença, além de todos os que contribuíram para a realização do Vinde e Vede, trabalhando ou por meio de doações.

Antes da bênção final, as Irmãs Adoradoras da Misericórdia, acompanhadas por jovens do grupo Deus Basta, de Cocal do Sul, e animação do Ministério de Música Corpo e Sangue, conduziram a multidão a dançar e louvar, cantando o que se tornou o hino oficial do Vinde e Vede, de autoria da Irmã Teresa das Chagas:

“Vinde e Vede, a alegria do Céu chegou!
Vinde e Vede, exaltemos nosso Salvador!

Juventude reunida num mesmo lugar
Começamos a cantar
Começamos a louvar
Começamos a dançar
Muito barulho pro Senhor”


 Sobre a origem do hino
“Ele veio num momento de oração, orando pelo Vinde e Vede. Eu sentia que o Senhor queria dar uma canção e isso me veio ao coração: ‘Vinde e vede, alegria do céu que chegou!’ O Senhor colocava isso muito forte no meu coração, essa alegria do céu que os jovens vão chegar aqui, vão poder sentir e perceber que no mundo não há lugar melhor para estar. A alegria do céu que faz a grande diferença para eles. O Senhor dava apenas o refrão e eu orei durante mais ou menos um mês e coloquei nas mãos Dele. Falei ‘Senhor, se tem mais alguma coisa ainda para essa canção, então me mostre’. E na semana do retiro fizemos nossa vigília e quando cheguei em casa, o Senhor já me deu o restante. É tudo para Ele, nosso louvor e Deus colocava isso. Nossa música, nossa dança seria um momento de grande libertação para os jovens. Deus mostrava que com essa música ele queria completar no coração dos jovens toda essa ausência Dele. Por isso nasceu no meio de muita oração, realmente”.

Irmã Teresa das Chagas, junto de suas irmãs consagradas, dançou e cantou com os jovens. “Para nós, além de uma graça muito grande estar no meio deles, é mostrar essa alegria que é ser toda para Deus. E com isso eles não se bloqueiam diante de nós. Está sendo uma grande graça essa proximidade. Mostrarmos essa alegria em ser consagrado, pois às vezes, as pessoas tem uma visão errada de uma pessoa que entregou a vida para Deus e acham que ela entregou porque é frustrada. Pelo contrário, nós estamos mostrando este lado porque somos realizadas!” afirma.
 
 

sexta-feira, 7 de março de 2014

80 MIL HORAS DE ADORAÇÃO

Brasileiros de todo Brasil que participaram do momento de adoração ao Santíssimo Sacramento com a presidente do Conselho Nacional, Katia Roldi Zavaris, durante o ENF 2014, foram convidados a viverem a moção de unidade proclamada por ela às cerca de 8.500 pessoas por meio da Adoração: “O Senhor me mostrou a frase: RCC unida em Adoração. Cada Grupo de Oração do Brasil deverá fazer uma hora de Adoração por semana. São cerca de 20 mil grupos, teremos 20 mil horas de Adoração por semana e 80 mil por mês”, relatou. Após estas palavras, o coração de muitos carismáticos voltaram inquietos para suas dioceses e Grupos de Oração, nos quais, confirmam o momento proposto de adoração uma vez por semana. Foi o que aconteceu com Varna Regina Durayski, da Cidade de Cabo/RS. Atualmente, ela é membro de um Grupo de Oração na África do Sul . Mesmo com a distância, morando em outro continente, ela confirma a moção de unidade vinda ao nosso Movimento, “Gostaria de confirmar a moção do Espírito Santo sobre o pedido de Adoração. No ano passado tive este pedido, de mil horas de Adoração pelo Brasil e pelas eleições políticas”, partilha. Varna faz parte da RCC há 25 anos, e hoje acompanha tudo que se passa no Movimento por meio da internet. “Iniciei no Rio Grande do Sul e continuei no Recife, onde fiz vários seminários, e agora também fora do Brasil, me sinto integrante através da internet”. Ela explica que viu no informativo da RCC a mobilização para que os Grupos de Oração façam uma hora de Adoração por semana, e completou: “Eu já faço adoração todas as quintas-feiras aqui onde moro e temos um grupo internacional cuja preocupação é rezar pelo Brasil.”, explica. Em relação à moção da unidade e da adoração, Varna mostra por meio de seu testemunho, que a ação do Espírito Santo se manifesta unicamente na diversidade em todo mundo, por isso, faz um apelo a todos: “Precisamos nos unir em oração e Adoração pelo Brasil. Realmente o Espírito Santo sopra onde quer, pois soprou aqui na África do Sul, na Europa e no Brasil. Para louvor e glória de Nosso Senhor Jesus Cristo. Outro marcante momento de Adoração foi feito pela RCC de Gurupi/TO. Na quinta-feira, logo após o ENF, 30 de janeiro, o Movimento celebrou a Santa Missa e permaneceu reunido para adorar Jesus Sacramentado. Segundo Crystiane, que pertence à RCC da cidade, “vivemos um forte momento de espiritualidade em comunhão com as experiências feitas pelos participantes do ENF 2014”. Testemunhe também como está sendo a hora semanal de adoração em seu Grupo de Oração. Envie um e-mail para redacao@rccbrasil.org.br. Se seu Grupo ainda não se mobilizou para esta hora de adoração, veja a explicação de como este momento poderá ser feito: RCC unida em adoração.

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2014

Alta Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abriu oficialmente a Campanha da Fraternidade de 2014 nesta quarta-feira de Cinzas, dia 5 de março, em sua sede em Brasília /DF. Este ano, a campanha aborda o tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e o lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). Representantes do governo e entidades da sociedade civil marcaram presença na solenidade, entre eles: o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso; o representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcello Laverene Machado; e a secretária executiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), pastora Romi Márcia Bencke. O bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, presidiu a cerimônia. Segundo Dom Leonardo, a Igreja inicia um “tempo de conversão” se tratando da Quaresma. No Brasil, a Conferência dos Bispos apresenta a Campanha da Fraternidade “como itinerário de libertação pessoal, comunitária e social”. Para Dom Leonardo Steiner, a CF 2014 quer contribuir na identificação das práticas do tráfico humano em suas várias formas. “O tráfico humano de hoje é, certamente, fruto da cultura que vivemos. A Campanha da Fraternidade, ao trazer à luz um verdadeiro drama humano deseja despertar a sensibilidade de todas as pessoas de boa vontade”, explicou. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, disse que o governo se une à CNBB e às demais entidades na luta contra o tráfico de pessoas. Para o ministro, o Estado deve reagir frente a essa realidade. “É inaceitável um crime como o tráfico humano e que pessoas sejam tratadas como objetos, como escravos. Não importa a modalidade deste crime. Ele tem que ser objeto de uma reação muito forte da sociedade moderna, do Estado moderno”, disse. Dignidade humana Para a secretária executiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), pastora Romi Márcia Bencke, é necessário debater a temática do tráfico humano de forma aberta e coerente. “A Campanha da Fraternidade nos coloca um grande desafio de falar honestamente das hierarquias econômicas, sociais e culturais, que acabam legitimando esse tipo de exploração humana”, apontou a pastora. O representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcello Laverene Machado, destacou que a OAB reconhece a CNBB como uma parceira de lutas em defesa da dignidade humana. “A Campanha da Fraternidade vai chamar a atenção para essa grande chaga que é a opressão, o abandono, em uma sociedade estruturada sob bases injustas, visando apenas o consumismo e o capitalismo. Que cada brasileiro nesta campanha, lute pelo desaparecimento do tráfico humano”, concluiu. Fonte: CNBB

quinta-feira, 6 de março de 2014

"Eu só ofendo a dignidade humana do outro, porque antes vendi a minha"

Eu só ofendo a dignidade humana do outro, porque antes vendi a minha" Mensagem do Papa Francisco para a CNBB sobre a CF 2014 Cidade do Vaticano, 05 de Março de 2014 (Zenit.org) | 187 visitas Mensagem do Papa Francisco para a CNBB sobre a Campanha da Fraternidade 2014 foi divulgada nesta quarta-feira (5), pela Assessorria de Imprensa do Vaticano. Queridos brasileiros, Sempre lembrado do coração grande e da acolhida calorosa com que me estenderam os braços na visita de fins de julho passado, peço agora licença para ser companheiro em seu caminho quaresmal, que se inicia no dia 5 de março, falando-lhes da Campanha da Fraternidade que lhes recorda a vitória da Páscoa: «É para a liberdade que Cristo nos libertou» (Gal 5,1). Com a sua Paixão, Morte e Ressurreição, Jesus Cristo libertou a humanidade das amarras da morte e do pecado. Durante os próximos quarenta dias, procuraremos conscientizar-nos mais e mais da misericórdia infinita que Deus usou para conosco e logo nos pediu para fazê-la transbordar para os outros, sobretudo aqueles que mais sofrem: «Estás livre! Vai e ajuda os teus irmãos a serem livres!». Neste sentido, visando mobilizar os cristãos e pessoas de boa vontade da sociedade brasileira para uma chaga social qual é o tráfico de seres humanos, os nossos irmãos bispos do Brasil lhes propõem este ano o tema "Fraternidade e Tráfico Humano". Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria! Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz, etc. Isso é tráfico humano! «A este nível, há necessidade de um profundo exame de consciência: de fato, quantas vezes toleramos que um ser humano seja considerado como um objeto, exposto para vender um produto ou para satisfazer desejos imorais? A pessoa humana não se deveria vender e comprar como uma mercadoria. Quem a usa e explora, mesmo indiretamente, torna-se cúmplice desta prepotência» (Discurso aos novos Embaixadores, 12/XII/2013). Se, depois, descemos ao nível familiar e entramos em casa, quantas vezes aí reina a prepotência! Pais que escravizam os filhos, filhos que escravizam os pais; esposos que, esquecidos de seu chamado para o dom, se exploram como se fossem um produto descartável, que se usa e se joga fora; idosos sem lugar, crianças e adolescentes sem voz. Quantos ataques aos valores basilares do tecido familiar e da própria convivência social! Sim, há necessidade de um profundo exame de consciência. Como se pode anunciar a alegria da Páscoa, sem se solidarizar com aqueles cuja liberdade aqui na terra é negada? Queridos brasileiros, tenhamos a certeza: Eu só ofendo a dignidade humana do outro, porque antes vendi a minha. A troco de quê? De poder, de fama, de bens materiais… E isso – pasmem! – a troco da minha dignidade de filho e filha de Deus, resgatada a preço do sangue de Cristo na Cruz e garantida pelo Espírito Santo que clama dentro de nós: «Abbá, Pai!» (cf. Gal 4,6). A dignidade humana é igual em todo o ser humano: quando piso-a no outro, estou pisando a minha. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou! No ano passado, quando estive junto de vocês afirmei que o povo brasileiro dava uma grande lição de solidariedade; certo disso, faço votos de que os cristãos e as pessoas de boa vontade possam comprometer-se para que mais nenhum homem ou mulher, jovem ou criança, seja vítima do tráfico humano! E a base mais eficaz para restabelecer a dignidade humana é anunciar o Evangelho de Cristo nos campos e nas cidades, pois Jesus quer derramar por todo o lado vida em abundância (cf. Evangelii gaudium, 75). Com estes auspícios, invoco a proteção do Altíssimo sobre todos os brasileiros, para que a vida nova em Cristo lhes alcance, na mais perfeita liberdade dos filhos de Deus (cf. Rm 8,21), despertando em cada coração sentimentos de ternura e compaixão por seu irmão e irmã necessitados de liberdade, enquanto de bom grado lhes envio uma propiciadora Bênção Apostólica. Vaticano, 25 de fevereiro de 2014. FRANCISCUS PP.