sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

FÉ DE APARÊNCIAS E NADA MAIS

 
 
QUANDO, NUM encontro social, a conversa gira em torno de assuntos religiosos, é bem comum ver alguém declarar, com a maior naturalidade: “Sou católico não praticante”...

Interessante é que a maioria parece achar muito normal e lógica essa afirmação, que raramente é contestada. Dias depois, numa outra oportunidade, numa outra conversa, é possível que alguém volte a fazer a mesma afirmação, e todos continuam achando tudo muito normal e lógico. Entretanto, perguntamos nós, como poderia alguém “ser” e, ao mesmo tempo, não “praticar”? 

Essa ideia de que se pode acreditar na Igreja, – e mais além e mais importante, considerar-se membro desta Igreja, – sem colocar em prática a sua fé, infelizmente, é tão comum que já se tornou a mentalidade predominante em muitos ambientes.

A justificativa de tal comportamento varia de pessoa para pessoa: existem aqueles que deixaram de lado a prática religiosa devido à decepção com algum líder ou administrador de sua comunidade: talvez o padre tenha feito ou dito alguma coisa que aquela pessoa não gostou, e pronto: já é motivo para abandonar a Igreja de Jesus Cristo, a vida de oração comum, as práticas, o aprendizado, a convivência com os irmãos de fé, os Sacramentos, a Comunhão no Corpo do Senhor... Simplesmente viram as costas e vão-se embora, sem mais. 

Alguns outros, meio sem perceber, vão abandonando pouco a pouco a vida de fé: deixam de ir à Missa um dia, depois outro... Quando percebem, não estão  indo mais à igreja, nem aos domingos e dias de preceito. Depois, vão deixando de rezar com regularidade, deixando de ler a Bíblia Sagrada e, quando notam, já organizaram suas vidas de tal maneira que nelas não há mais espaço para Deus. Quando alguém pergunta sua religião, geralmente ainda se declaram católicos, mas realmente não se importam muito com isso.

Outros ainda possuem um conhecimento tão superficial de sua religião que, para eles, qualquer notícia ou acontecimento que não possam compreender já é motivo de escândalo: sem reflexão, sem pudor e sem amor, simplesmente renegam a fé. Quando alguém critica a Igreja, muitas vezes, essas pessoas ajudam a criticar, ao invés de tentarem defendê-la ou buscar a informação segura sobre a quele assunto específico. Lembram-se que existe a Igreja apenas em ocasiões específicas e esporádicas, como a celebração de um batizado, o casamento de algum parente ou a Missa de falecimento ou de sétimo dia de algum amigo querido. Para estes, é como se a Igreja fosse apenas um lugar para reuniões sociais, festivas ou tristes. É uma fé de aparência e nada mais.

Algumas pessoas também deixam a prática religiosa com o argumento de que não gostam de normas, ritos e cerimônias, que eles veem como elementos de uma religião ultrapassada, antiga e antiquada: preferem inventar a sua própria religião, para si mesmos, do “seu jeito”. Não querem saber de "dogmas", e gostam de dizê-lo, – embora, na realidade, não saibam exatamente o significado e o sentido dessa palavra... – Esquecem-se de que somos humanos, e não anjos elevados: os anjos não precisam de gestos, sinais e nem mesmo de palavras para se relacionar com Deus, pois são seres espirituais. Nós, ao contrário, precisamos destes recursos, ao menos como meios de comunicação.

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A Fé nos torna participantes da Família de Deus e membros da Igreja, e é através dela que seguimos o Caminho da Salvação, que é Jesus Cristo. Nossa Família cristã, a Igreja do Senhor, tem uma história de dois milênios, riquíssimas tradições e belíssima Liturgia, que se refletem nas belas celebrações. Pode ser que algumas pessoas não as entendam, mas, antes de simplesmente ignorá-las, ou pior, criticá-las, seria mais inteligente procurar conhecê-las, entender as suas origens e significados e tentar conhecer os seus valores.

O principal, muitas vezes, é invisível aos olhos, mas se manifesta através do visível, do palpável, do sensível aos sentidos físicos. O próprio Cristo, mesmo sendo Deus, ao assumir natureza humana observou os ritos e respeitou as normas religiosas: foi batizado, passou noites em oração, foi ao Templo de Jerusalém, ia as sinagogas, lia as Escrituras...

É hipocrisia dizer que se tem fé e não demonstrá-la nos gestos, nas atitudes, nas posturas diante da vida, e também nas práticas religiosas. A fé e o modo de vida não vivem separados. A Bíblia é radical e diz, com toda a clareza, que a fé sem obras é morta (Tg 2,14-26).

Conta-se que certo empresário muito rico, mesmo sendo ateu, em viagem à Índia fez questão de ir conhecer Madre Teresa de Calcutá: ele tinha admiração pelo seu despojamento, coragem e obra. Chegando à casa das missionárias, onde Madre Teresa vivia, encontrou-a em meio a um mar de crianças miseráveis, muitas doentes, num quadro desolador. Viu uma velha senhora, que poderia estar descansando e aproveitando tranquilamente seus últimos anos de vida, sacrificando-se, literalmente, pelo bem do próximo.

Comovido, este homem aproximou-se e se apresentou, declarando sua admiração pela religiosa. Madre Teresa foi gentil, mas não deixou de fazer o seu trabalho. Os dois conversaram por alguns minutos, até que e o rico empresário, prestando atenção ao grande crucifixo pendurado ao pescoço de Madre Teresa, comentou: “Admiro muito o seu trabalho e o seu exemplo de vida, mesmo não acreditando neste símbolo que a senhora usa”.

Ouvindo isso, Madre Teresa respondeu: “Meu filho, tudo que eu sou e faço, todas as coisas pelas quais você me admira... É tudo por causa do que este símbolo representa. Se não fosse pela minha fé e amor a Jesus Cristo Crucificado e Ressuscitado, você nem saberia que eu existo!”...

Se você que lê este artigo tem uma "fé morna", que não se reflete concretamente na sua vida prática, lembre-se deste exemplo de Madre Teresa. É assim que os santos nos ajudam: talvez mais do que pedindo por nós a Deus, no Céu, pelo seu exemplo de vida.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

4 GRANDES ERROS QUE COMETI COMO ESPOSA E HOJE ME ARREPENDO

topic (1) 
Quando Sloane Bradshaw se divorciou do seu esposo depois de 10 anos de casamento 
 passou meses culpando seu marido pelo fracasso da relação. Ele a havia enganado 
e a havia abandonado. Depois de tudo isso, a quem mais ela poderia culpar?
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 Porém, quando ela começou a fazer terapia, teve de enfrentar a dura realidade: 
todo relacionamento é construído a dois e, quando ele acaba, ambos são responsáveis.
Estes são os 4 elementos que Sloane percebeu:
1. Coloquei meus filhos em primeiro lugar

É fácil amar seus próprios filhos. Você não precisa se esforçar muito e eles vão amar você, independentemente do que você fizer. O casamento é totalmente oposto: significa trabalho. E, cada vez que eu começava a sentir meu casamento como algo que exigia muito esforço, acabava me afastando e levava meus filhos para passear. Geralmente planejava estas aventuras quando meu marido não podia ir (e arruinar a nossa diversão).

Eu dizia para mim mesma que isso estava bem, porque ele preferia trabalhar e sempre aprecia de mau humor quando saíamos todos juntos. Muitas vezes, eu ia dormir com os meus filhos, culpando meu marido por ir dormir muito tarde.

Como resultado, meu marido e eu quase nunca ficávamos juntos e sozinhos, e jamais tínhamos noites nas quais as crianças não estivessem presentes. Talvez isso acontecesse somente uma vez por ano, no nosso aniversário de casamento…

 
2. Não coloquei limites nos meus pais
 
Meus pais iam à nossa casa frequentemente, às vezes inclusive chegavam sem avisar. Eles nos “ajudavam” com as coisas da casa, realizando tarefas que nem lhes pedíamos, como dobrar nossa roupa limpa (de forma incorreta, obviamente).

Viajávamos nas férias com eles. Eles desafiavam nossos filhos na nossa frente. Meu próprio medo de incomodar meus pais me impedia de colocá-los no seu lugar. Foram poucas as vezes em que defendi a autonomia da minha família. Meu marido, literalmente, havia se casado com toda a minha família.

 
3. Eu o machuquei
 
Eu achava que o amor tinha a ver com a honestidade, mas todos nós sabemos que a verdade dói. À medida que começamos a estar mais cômodos (leia-se: preguiçosos) com o nosso relacionamento, deixei de tentar dizer as coisas de forma amável. Eu falava mal dele com as minhas amigas, com minha mãe e meus colegas de trabalho. O tempo todo. “Você acredita que ele não fez isso?”, “Por que ele fez aquilo?”…

Ao invés de aumentar a autoestima do meu marido, eu a pisoteei. Eu o empequenecia muitas vezes, dizendo que seu trabalho não era importante e referindo-se aos seus amigos de maneira negativa.

Eu pegava no pé dele por fazer mal as coisas, mas, honestamente, era só porque ele não fazia do meu jeito. Às vezes, eu falava com ele como se ele fosse criança. Eu controlava o dinheiro da nossa família e cada centavo do que ele gastava. Na cama, eu também achava que ele fazia tudo errado e ficava repetindo isso para ele.

À medida que nosso casamento ia desmoronando, eu ia cada vez mais olhando para seus erros e faltas para justificar minha superioridade. No final, já não tinha respeito por ele e fazia questão de deixar isso claro, para que ele soubesse e sentisse isso diariamente.
 

4. Eu não quis perder tempo discutindo de forma adequada
 
Sei que parece estranho sugerir que existe uma forma adequada de discutir, mas a verdade é que ela existe. Eu geralmente conservava a paz do nosso lar mantendo minha boca fechada quando havia coisas que me incomodavam.

Como você poderá imaginar, todas essas coisas pequenas me deixavam louca e me transformavam em um vulcão de ira que acabava entrando em erupção de forma desproporcional. E, quando falo de “ira”, refiro-me ao seu conceito clínico.

Quando tudo voltava à calma, eu justificava a minha ira dizendo que a mulher tem um limite para as coisas que pode suportar. Hoje, quando olho para trás, vejo-me como uma pessoa que realmente dava medo durante esses episódios.

Não escrevo isso esperando que ele me perdoe ou com esta finalidade. Escrevo porque não consigo acreditar que passei tanto tempo cega, com a cabeça escondida na terra.

Espero que outras mulheres consigam vir à superfície e olhar bem ao seu redor.