Em uma primeira impressão, parece que a reencarnação responde a
algumas
perguntas existenciais do ser humano, como o motivo do
sofrimento e as
desigualdades entre as pessoas.
Textos bíblicos
descontextualizados são usados para defender essa crença, como, por
exemplo
Mt 17, 10-13, quando os judeus julgaram ser João Batista uma
forma de retorno de Elias.
Porém, um estudo mais profundo de textos como
esse mostra a inconsistência dessa afirmação.
Em Jo 1,21, João Batista
nega veementemente ser Elias. Ademais, na Transfiguração (cf. Mt 17,3)
João Batista já tinha morrido; nesse caso, quem deveria ter aparecido
não era Elias, mas João Batista.
Fenômenos psicológicos como a paramnésia (quando a pessoa tem a
impressão de já ter vivido
uma determinada situação) e a “terapia de vidas passadas”, também são usados como argumento
a favor da reencarnação. No entanto, especialistas explicam facilmente esses fenômenos
no campo da psicologia e psiquiatria.
uma determinada situação) e a “terapia de vidas passadas”, também são usados como argumento
a favor da reencarnação. No entanto, especialistas explicam facilmente esses fenômenos
no campo da psicologia e psiquiatria.
Na verdade, a reencarnação se choca frontalmente com o Cristianismo,
porque centra
a salvação do homem nele mesmo, negando a salvação por
meio de Jesus Cristo e a misericórdia
do Pai com o mal do homem. Na
reencarnação, o homem é seu próprio salvador, pagando pelos
seus males
em outras existências. Se todo mal deve ser autor redimido por
sofrimentos, à pessoa de
má índole, que praticou muitas maldades, só
resta o desespero de saber que terá de pagar
implacavelmente por tudo
isso. Talvez essa crença, para aqueles que se acham puros, seja
interessante
mas para aqueles que se sabem devedores do bem, só resta a
angústia. Por isso, a reencarnação
coloca em xeque a misericórdia de
Deus, que perdoa e redime o mal do homem, tantas vezes pregada
e
testemunhada por Jesus, como o perdão de Jesus, a promessa do Paraíso
imediato ao ladrão
arrependido (cf. Lc 23,43) e o perdão do pai dado ao
filho pecador na parábola do
“Filho Pródigo” (cf. Lc 15, 11-32).
A reencarnação coloca a bela e complexa existência humana sob as leis
quase mecânicas
e implacáveis do Karma. Embora, aparentemente bem
montada, duas contradições
nessa teoria me parecem chamar à atenção.
Após milhares de anos de gerações humanas
era de se esperar que o mundo
estivesse bem evoluído. Ao contrário, embora a humanidade
avance a
passo largos no campo científico, no campo humano e espiritual, nos
últimos 100 anos
decaiu desastrosamente. Testemunham isso os massacres e
assassinatos de centenas de milhões
de pessoas pelas guerras e
ideologias do séc. XX, a violência, a ganância individualista
pós-moderna
e as atuais leis contra a vida e a família disseminadas pelo
mundo. Outra contradição está em
que, se o sofrimentotem o valor
intrínseco (independente da liberdade da pessoa) de purificar
e redimir,
então, não se deveria ajudar e atenuar os sofrimentos das pessoas, que
estão sendo
preparadas para novas existências mais felizes. A caridade
com os pobres e sofredores passa
a ser um bem para quem o faz (porque o
purifica), mas um mal para quem o recebe.
Com a reencarnação, dogmas cristãos tão claramente expressos na
Sagrada Escritura não
têm sentido, como a vida e o juízo após a morte
(cf. Mt 13, 24-30; 13, 37-40; Lc 14, 16-24
Mt 25, 1-12; Mt 25, 33-46,
dentre tantas outras) e a ressurreição da carne, tão enfatizada por
São
Paulo, como por exemplo, em 1Cor 15. Talvez o texto bíblico que mais
contradiga
a reencarnação seja Hb 9,27, em que se lê: “Está determinado
que os homens morram uma só vez
e depois vem o julgamento”.
Embora pareça dar respostas, a reencarnação usa de premissas
gratuitas, como a que todo
o homem começa a existir em condições físicas
e psíquicas iguais. Ela tem uma visão pessimista
da matéria como
cárcere ou sepulcro da alma. Ao contrário, o Cristianismo tem uma visão
positiva da matéria, tida como criatura de Deus e parte integrante do ser humano.
Muitos reencarnacionistas apregoam que o Cristianismo, em sua origem, acreditava nessa
crença e que se trata de um princípio religioso muito antigo. Essas são outras declarações
gratuitas e sem fundamento.
positiva da matéria, tida como criatura de Deus e parte integrante do ser humano.
Muitos reencarnacionistas apregoam que o Cristianismo, em sua origem, acreditava nessa
crença e que se trata de um princípio religioso muito antigo. Essas são outras declarações
gratuitas e sem fundamento.
Os cristãos sempre acreditaram na ressurreição; a Bíblia e a Tradição cristã
estão repletas dessa verdade. Tampouco o grande escritor eclesiástico, Orígenes
acreditava na reencarnaçãocomo dizem alguns deles. Na verdade, ele acreditava que as almas
pré-existiam, mas não que se reencarnavam. Quanto à antiguidade da reencarnação e sua
unanimidade entre as religiões
estão repletas dessa verdade. Tampouco o grande escritor eclesiástico, Orígenes
acreditava na reencarnaçãocomo dizem alguns deles. Na verdade, ele acreditava que as almas
pré-existiam, mas não que se reencarnavam. Quanto à antiguidade da reencarnação e sua
unanimidade entre as religiões
é importante
esclarecer que essa crença só aparece no hinduísmo após o séc. VII a.C.
e
antigas religiões chinesas (taoísmo e confucionismo), egípcias e da
Pérsia não acreditavam nela.
Em tempos de Nova Era, ocultismos e espiritualismos apregoados por
filmes, novelas, autores
de autoajuda etc, muitos cristãos pouco esclarecidos acabam por aceitar ideias reencarnacionistas.
de autoajuda etc, muitos cristãos pouco esclarecidos acabam por aceitar ideias reencarnacionistas.
Não sabem, no
entanto, que, aceitando a reencarnação, deixam de ser cristãos, porque
negam o significado essencial de Cristo na vida do homem, a verdade fundamental de nossa
fé pregada pelos apóstolos desde o início: “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do
negam o significado essencial de Cristo na vida do homem, a verdade fundamental de nossa
fé pregada pelos apóstolos desde o início: “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do
céu nenhum outro nome foi
dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4,12).