A religião entrou no mercado, um objeto de compra e venda, em vista da satisfação individual. As pessoas pulam desta para aquela religião, experimentam isso e aquilo, em busca de uma felicidade que não encontram. O apóstolo São Tiago escreveu em sua carta: “A religião pura e sem mancha diante de Deus, nosso Pai, é esta: socorrer os órfãos e as viúvas em aflição, e manter-se livre da corrupção do mundo” (Tg 1,27).
Estudiosos ensinam que a religião pode ter três significados, provindos de três possíveis origens da palavra:
O primeiro aponta para o verbo ligar (do latim: re-ligare). Religião seria o conjunto de crenças e atitudes que religam o ser humano com o fundamento de sua existência. Por causa do pecado, nos afastamos, não apenas uns dos outros, mas de nós mesmos e, sobretudo, do sentido mais profundo da vida: Deus. A religião ajuda a reencontrar Deus e, assim, refazer todo o tecido de nossas relações com os irmãos, com a natureza e conosco mesmos.
O segundo aponta para o verbo ler (do latim: re-legere). Religião seria toda forma cultural que auxilia a reler, a interpretar todas as coisas na luz de Deus. Todas as coisas, contidas nos livros da criação e da vida, ou da ciência e da história, tudo, enfim, deve ser interpretado dentro do plano de Deus. Toda a vida, pessoal e coletiva, deve ser lida segundo a vontade de Deus.
O terceiro aponta para o verbo eleger (do latim: re-eligere). Religião como aquilo que ajuda a reescolher Deus como o ideal de nossa vida, a bússola, o eixo de nossa existência pessoal e social. Tudo vem dele, tudo converge para ele. Esse é o sentido do primeiro mandamento: “Amar a Deus com todo o coração”. A partir do encontro com Deus, entende-se o mandamento novo de Jesus: “Amai-vos como eu vos amei”. Amar a Deus e ao próximo, eis o sentido e a fonte da verdadeira religião!
Texto de Vitor Galdino Feller.
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