Por Onazir Conceição
Coordenador Nacional do Ministério de Oração por Cura e Libertação
Coordenador Nacional do Ministério de Oração por Cura e Libertação
Grupo de Oração Rainha da Paz
Pra começar esta reflexão, gostaria de lembrar que o primeiro milagre que acontece quando somos desafiados a falar sobre a santidade é o fato de um pecador, como eu, estar tentando converter outros pecadores. Também explico que não venho aqui fazer uma nova proposta de santidade. Não gostaria de trazer uma ideia de santidade que já estamos acostumados a ver, aquela ideia retratada pelos artistas, nos quadros, nas imagens etc. Nada de ideias de piedade e de tristeza, de pessoas cabisbaixas. Não venho ainda para questionar a roupa que você usa, o calçado, a cor do esmalte em suas unhas ou o corte dos seus cabelos! Acho que isso é muito pouco. A santidade que buscamos não é aquela que traz um rosto de sofrimento. Isso porque para ser santo não estamos condenados a permanecer na fila dos derrotados; pelo contrário, fomos eleitos para sermos vitoriosos!
No entanto, ao abordar essa temática, confesso que tenho medo que esse artigo encontre muitas pessoas resistentes, que não se interessam sobre esse tipo de reflexão. Pessoas que creem estar numa fé “madura”, num outro patamar, e que já não necessitam pensar a respeito. Consideram isso um retrocesso na caminhada, porque ouviram sobre esse assunto o suficiente. Vejamos o que diz a Palavra de Deus, então.
Está escrito: “Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fieis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade” ( 1Tm 4,12). Nesse trecho, São Paulo exorta o jovem Timóteo a tornar-se modelo para os fiéis, pois santidade é graça do Espírito Santo, mas que sugere o nosso empenho pessoal. Desse modo, se pode ver que Deus quer me fazer santo do jeito que sou, do jeito que Ele me fez, com o meu temperamento. Nosso povo é ávido de ver uma correspondência entre o que pregamos e a nossa própria vida.
Nossas palavras e vidas têm que ser modelo de santidade para o mundo. Às vezes, por causa da nossa postura, somos segregados até dos próprios familiares, porque nossos hábitos de servos de Deus são diferentes e isso muito os incomoda. Irmãos, nós não podemos agradar a todos! E nem sei se seria bom agradá-los (em determinadas situações). Nós não podemos ser radicalistas, mas obviamente que haveremos de ser radicais. Não podemos fazer as coisas que o “mundo faz”, não podemos participar das mesmas festas, ter os mesmos hábitos, visto que somos separados para Deus.
Isso acontece a partir do momento em que eu me predisponho a dar uma medida maior de amor a Jesus Cristo. É preciso que se cumpram as bem-aventuranças em nós. Para tanto, a vida espiritual deve ser o caminho. Se eu não rezo, não tenho visão espiritual, isso me leva ao relativismo. Assim, estaremos fecundando a chamada “ditadura do relativismo”, como bem nos alertava o papa Bento XVI no início do seu pontificado. Há muito tempo aprendi com o ditado que “filho de peixe, peixinho é”. Vocês não acham que os filhos de carismáticos deveriam ser igualmente “carismaticozinhos”? Eu não posso ficar fazendo concessões aqui e acolá, nem mesmo com meus filhos, sob pena de não conseguir testemunhar a Cristo Jesus.
É até engraçado quando sou interpelado por pessoas me perguntando se eu já assisti este ou aquele filme de sucesso. Fico pensando que se eu não tenho tempo nem para coisas mais importantes, como é que vou parar para ver filmes de todos os tipos? Não se trata de legalismo e de alienação. Mas o meu objetivo é o céu, então tenho que me dedicar a isso. Observo também outra coisa: tenho sido convidado para festas de carismáticos, como casamentos e aniversários, e vejo que elas não diferem em nada das festas mundanas, com as mesmas músicas, as mesmas bebidas e assim por diante.
Santidade é fazer a vontade de Deus. E agora eu pergunto: temos feito, de fato, a vontade de Deus? Nos nossos projetos, está a vontade de Deus? Está a mão de Deus? Nos projetos políticos, qual é a intenção ao lançá-los? Quais são as nossas intenções, até mesmo ao pregar a Palavra de Deus? E os nossos negócios, eles não deveriam seguir um padrão diferente dos padrões do mundo? Cristãos carismáticos não podem praticar a fraude, a informalidade para comprar e vender, tampouco “dar o jeitinho brasileiro” para levar vantagem em tudo.
Tenho observado alguns pregadores que dizem, por exemplo: “Estou falando, mas sou fraco, não me tome por base”. Ora, se eu não sirvo de base, então o que estou fazendo no púlpito? Não podemos ter medo de dizer como o Apóstolo Paulo: “Sede meus imitadores” (1Cor 11,1a). O que me identifica com servo de Deus não é que eu nunca caia, mas o fato de, se eu cair, me levantar porque Deus é misericordioso. E quando falo de quedas, nem estou me referindo àqueles pecados de outrora que assustavam a opinião pública; estou falando de “pequenos” pecados do dia-dia, pois, afinal de contas, não tropeçamos mais em “montanhas”, mas sim em pequenos obstáculos.
A santidade deve ser manifestada em nossas vidas, pois as pessoas devem ver que há uma diferença em nós. Sou santo não porque uso uma cruz deste ou daquele tamanho; não porque uso uma camiseta com esta ou aquela estampa de piedade (eu também as tenho), mas porque mostro isso com a vida, na caridade e na pureza. Certamente não devo querer ser santo só para mostrar para os outros. O que deve acontecer é que, a partir da nossa postura e da nossa conduta, as pessoas se sintam atraídas para Cristo.
Para finalizar, quero exortar cada um de forma direta: para de flertar com aquela cervejinha, para de flertar com a sua TV e com a internet! Tenha coragem de ocupar bem o seu tempo! Não brinque com essas coisas se você quer uma vida de santidade. Se você tem áreas de fragilidade aqui ou acolá na sua vida, cuide-se. O demônio conhece perfeitamente nossas fraquezas e ele está sempre aguardando uma oportunidade para nos derrubar, vigiemos, portanto.
Muitas vezes as pessoas olham para nós e dizem que gostariam de ser iguais a nós. Essa afirmação pode parecer um pouco pesada, mas é isso mesmo que devemos ser, nos esforçarmos para ser: modelos! E você, quer ser modelo?
Fonte: www.rccbrasil.org.br
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