O LOUVOR EM ALTA VOZ
A fundamentação deste estilo oração e a diferença
entre louvor e adoração
Em 1975 o Papa Paulo VI, disse no Congresso Carismático: “Esta Renovação deve rejuvenescer o mundo, trazer-lhe de volta uma espiritualidade, reabrir seus lábios fechados à oração e a boca aos cantos, à alegria, aos hinos e ao testemunho… Os que não pertencem ao seu Movimento devem unir-se a vocês para também se nutrirem do entusiasmo e energia espiritual com que devemos viver nossa religião. Pois hoje, ou se vive a própria fé com devoção, profundidade, energia e alegria, ou a fé morrerá!” (L´Osservatore Romano, 29-5-75).
Realizando estas palavras do Papa a principal característica das reuniões carismáticas é, de fato, a “oração de louvor”, feita por todos os presentes em voz alta e alegre, e usando os dons carismáticos. Mas, ao contrário das palavras do Papa, aqueles que não pertencem ao “movimento” (sacerdotes inclusive) em geral não se sentem à vontade nesse gênero de oração, imaginando que é “protestante”, ou “pentecostal”, e não oração católica!
O FUNDAMENTO DO LOUVOR EM VOZ ALTA
O preconceito surge muitas vezes de ignorância e mal entendidos, de modo que seria bom esclarecer essa “oração de louvor”, examinando as Escrituras e tradição católica. Em seguida vamos obedecer a Jesus e de boa vontade; “nos tornamos como crianças” (Mt 18,3) para descobrir o poder do Espírito em ação na Igreja de hoje! Será útil consultar o verbo “louvar”. Um dicionário dirá que significa “expressar apreciação, admiração, aprovação da pessoa ou de seus atos”. Duas coisas, portanto, são necessárias para o louvor – uma, sentimentos interiores positivos; duas, que esses pensamentos/sentimentos interiores sejam expressos de maneira visível/audível! Louvar silenciosamente é uma contradição em termos!
De onde a Bíblia nos incita a louvar a:
de mãos erguidas - (SI 63,4; 134,2)
com palmas - (SI 47,1)
com instrumentos musicais - (SI 98,5; 150,3-5)
até com danças - (SI 149,3; 150,4).
Quanto mais expressamos a nossa apreciação de maneiras genuinamente humanas, melhor o louvor. E a razão que nos permite tanta liberdade e espontaneidade.
A DIFERENÇA ENTRE LOUVAR E ADORAR
“O Senhor ama seu povo” (SI 149,4). Ele não se ofende (como alguns seres humanos), mas “tem prazer” (SI 147,11) no louvor de seus filhos. Por outro lado, “adorar” é o oposto, em estilo, da oração de louvor, pois adorar significa “interiorizar a nossa reverência e apreciação de Deus”, encontrá-lo, “na caverna do coração”, seguir o Salmo: “estar calado e saber que sou Deus” (SI 46,10). Donde quanto mais profundo o silêncio, mais profunda a adoração (contanto que não se tenha adormecido, é claro!) Louvor e adoração se acham, portanto, interligados, mas são diferentes tipos de oração. São como os dois lados de uma moeda. Ambos são bons e até necessários para dar autenticidade à oração e para torná-la verdadeiramente cristã – pois a graça de Cristo tornou-nos um povo sacerdotal e profético! Se a pessoa apenas louvasse externamente, sem adorar, correria o risco de ser hipócrita, dizendo algo que não sente de fato. Então as palavras de Jesus podem aplicar-se a essas pessoas: “Este povo me honra com os lábios, mas o coração está longe de mim!” (Mt 15,8). Por outro lado, um extremo que evite o louvor e se contente apenas com a adoração nega a dimensão profética da nossa vocação; o próprio Jesus disse que se seus discípulos fossem impedidos de louvá-lo, “as próprias pedras gritarão” (Lc 19,40).
Por: Padre Fio de Mascarenhas
Elaboração de texto: Selso Moraes
Coordenador Grupo de Oração Rainha da Paz.
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