Estes pontos essenciais da doutrina católica, quando caem na mídia, sempre fazem os progressistas rasgarem as vestes. Neste caso, quem se escandaliza são os protestantes. Esta declaração de Francisco certamente não terá a mesma repercussão que teve o documento Dominus Iesus – trabalho do então cardeal Ratzinger –, quando foi apresentado em 2000. Neste texto da Congregação para a Doutrina da Fé, é possível ler, entre outras coisas, que “[os] fiéis são obrigados a professar que existe uma continuidade histórica (…) entre a Igreja fundada por Cristo e a Igreja Católica” (n. 16), e que “não podem (…) imaginar a Igreja de Cristo como se fosse a soma (…) das Igrejas e Comunidades eclesiais”. Não há nenhuma novidade, nem aqui nem nas palavras de Francisco. Isso é o que a Igreja ensina, por meio de seus legítimos pastores, há quase dois milênios.
E, embora as exortações do Papa valham, obviamente, para aqueles que são católicos, sempre há alguém ou algum grupo para chiar. – Ah, o Papa está demonstrando intolerância e arrogância… – Entendemos o protesto dos protestantes. A ruptura que o monge rebelde Martinho Lutero causou na cristandade foi fruto justamente de uma interpretação subjetiva da Sagrada Escritura. E foi justamente isto o que o Sumo Pontífice condenou. No entanto, não se trata de “arrogância” não… Trata-se de conservar em sua integridade aquilo que foi passado aos Apóstolos. Se, desde o começo, tivesse valido o princípio da sola Scriptura, o Cristianismo estaria fadado ao fracasso. Este só prosperou porque a Igreja, através de seu Magistério, guardou e cuidou de interpretar autenticamente as Escrituras inspiradas. Elas são verdadeiras palavras de Deus, mas, como já dizia o pe. António Vieira, “pregadas no sentido que nós queremos, (…) podem ser palavras do Demônio”.
Após esta notícia, o que não vai faltar é gente gritando que “o Papa está se colocando acima da palavra de Deus”. A Palavra da qual fala o Cristianismo não é um livro, mas uma pessoa: a segunda da Santíssima Trindade, Jesus Cristo. Porém, ainda que fosse um livro, ensina a Dei Verbum, o magistério da Igreja “não está acima da palavra de Deus, mas sim ao seu serviço”.
Fonte: ECCLESIA UNA
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