segunda-feira, 22 de junho de 2015

A EXPERIÊNCIA DE UM HOMEM QUE NÃO SOUBE AMAR

Eu era um egoísta com a minha esposa e no final fiquei sozinho

a depressed man_ 

Unir-me em matrimônio não foi um ato verdadeiramente consciente do motivo pelo qual 
eu estabelecia diante de Deus e dos homens um compromisso de doação plena no mais 
importante projeto da minha vida. Eu agia conforme uma visão muito pobre, pois considerava 
o casamento como algo convencional e necessário – mesmo sentindo pela minha esposa um amor
 real, mas à minha maneira.

Tudo o que eu fazia se subordinava a um forte individualismo do meu coração, pelo qual
 buscava acima de tudo o sucesso que a sociedade costuma comemorar: status social
prestígio, poder econômico etc.

Eu trabalhava muito excluindo toda responsabilidade pessoal com os que me cercavam. 
Só entravam em minha consideração as relações meramente funcionais, que podem ser 
estabelecidas com os outros com sentido de conveniência. Mas sempre com uma atitude de 
desconfiança, pois nesse “eu te ajudo se você me ajudar”, eu achava que todos os outros eram 
como eu, e que buscavam somente servir-se dos outros.

Atrapalhavam-me valores que eu considerava absurdos e em desuso, tais como: 
ser generoso, preocupar-me pelo presente e pelo futuro dos outros, acolher o pobre desamparado etc. 
Era uma coexistência que eu rejeitava, considerando que atentava contra a minha autonomia pessoal
a qual, para mim, era de um valor superior a todas essas peculiaridades ou características humanas.

No entanto, em minha autonomia, eu me achava com direitos como o reconhecimento constante 
das minhas conquistas, da minha realização e afirmação pessoal, de ser respeitado e sobretudo 
agir segundo os meus desejos.

Eu estava em primeiro lugar; depois vinha eu, e depois eu também. E esse “eu” crescia 
desprezando, diminuindo e extinguindo o “você”.

Meu conflito pessoal se expandia no “eu” de: meu corpo, minha saúde, meu tempo
meus projetos, minhas frustrações, meu tédio, minhas possessões etc. Sendo assim, pouco 
me importou minha família, que acabou sofrendo as carências afetivas derivadas do meu egoísmo.

Eu vivia com eles, mas não para eles; dava-lhes coisas, mas não dava de mim mesmo; reclamava
julgava, mantinha distância. Pouco a pouco, comecei a perceber que minha família não se importava 
com meu sucesso profissional. EU era somente um estranho, o provedor, o dono – papéis nos 
quais minha pessoa se escondia e se confundia.

No mais absurdo dos meus erros, eu achava ter direito de ser amado pela minha família 
como parte do poder alcançado. Mas não era assim. O amor é liberdade, é dom, não pode ser 
comprado, nem podemos ser obrigados a amar. Perceber isso foi o amargo remédio do qual 
eu precisava. Com muita dor no coração, de repente, senti-me sozinho.

Mas foi por meio desse amargo remédio que pude me encontrar com Deus, que se tornou 
minha mais profunda companhia. Agora, pela fé, tenho certeza de que Ele cuida de mim 
e da minha família, de que vela por ela com amor, ainda que eu tenha falhado. 
Agora, espero tudo dele, esforçando-me por corrigir meus erros e confiando em que
pela sua misericórdia, Ele saberá tirar um bem de todos os meus erros.

Deus é amor, e lhe pedirei que me ensine a amar minha família e a recuperá-la.

Nunca é tarde.






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