sexta-feira, 8 de abril de 2016

É DEUS QUE ESCOLHE A PESSOA CERTA PARA EU ME CASAR?

Assim, Deus estabeleceu a humanidade sobre as bases do casamento, que Jesus 
elevou à dignidade de sacramento, uma graça especial para o casal viver a vida 
conjugal e familiar como Deus deseja.
Nesse sentido, Deus deseja que os casais que se unem em matrimônio, vivam em 
harmonia conjugal, de modo que a família e os filhos sejam felizes. E isso depende do 
namoro, de uma escolha correta com quem se casar; isto é, alguém que tenha os mesmos 
valores humanos e espirituais.

 Desígnio de Deus

É claro que precisamos pedir a Deus a graça de encontrar aquela pessoa com quem devemos 
nos casar, e Ele atende nossa oração. Conheço pessoas que fizeram novenas para encontrar 
uma pessoa adequada para se casar e conseguiram; mas isso nem sempre acontece, pois, nem 
sempre os planos de Deus são os nossos. O Senhor conhece cada um de nós e sabe que, muitas 
vezes, o casamento não é bom para uma pessoa. Às vezes, ele chama a pessoa a uma vocação 
sacerdotal ou religiosa, ou mesmo celibatária. Michel Quoist dizia que “solteiro ou casado, só 
o egoísta desperdiça a vida”.

Deus atende a quem reza e Lhe pede ajuda, mas Ele não tira a nossa liberdade; ao contrário
o Senhor nos dá inteligência e vontade para tomar as decisões certas em nossa vida com a ajuda 
da Sua graça. Sabemos que a graça, como disse Santo Agostinho, supõe a natureza; não a 
dispensa,mas a enriquece. Precisamos cooperar com a graça também para encontrar a namorada 
e a esposa que seja adequada. E tudo isso começa no namoro. Não existe destino, e Deus não 
determina uma pessoa para se unir com outra sem a decisão de ambos.

Já vai muito longe o tempo em que os pais arranjavam os casamentos para seus filhos. 
Para encontrar alguém adequado, é preciso procurá-lo. Normalmente, é no próprio ciclo das 
amizades e ambientes de convívio que os namoros começam. Sabemos que o ambiente molda 
a pessoa de certa forma; logo, é preciso procurar alguém naquele ambiente que vive os valores 
que se preza.

 Onde procurar?

Se alguém é cristão, então procure entre famílias cristãs, ambientes cristãos, grupos de jovens
etc., a pessoa que procura, e peça a ajuda de Deus. O namoro começa com uma amizade, que 
pode ser um pré-namoro que vai evoluindo. Mas não se deve “mergulhar de cabeça” num namoro
só porque uma paixão o dominou. Não vá com muita sede ao pote, porque pode quebrá-lo.

É preciso sentir primeiro, por meio de uma pura amizade, quem é a pessoa que está a sua frente. 
Talvez, já nesse primeiro relacionamento amigo, pode-se saber que não é com essa pessoa que 
se deve namorar. É o primeiro filtro, que tem a grande vantagem de não ter ainda qualquer 
compromisso com o outro, a não ser de amizade.



 Cultura da alma x cultura do corpo

O namoro é o encontro de duas pessoas com base naquilo que elas são, não naquilo que têm. 
Não se pode escolher um namorado somente por causa de sua beleza ou de seu dinheiro
pois amanhã pode ser que você não se satisfaça só com isso. Às vezes, uma pessoa simpática
bem humorada, feliz, supera muitas outras que oferecem mais beleza e perfeição física. Infelizmente
a nossa sociedade trocou a “cultura da alma” pela “cultura do corpo”. Prova disso, é que nunca 
como hoje as cidades estão tão repletas de academias de ginástica, salões de beleza, cosméticos
cirurgias plásticas, etc. Investe-se ao máximo naquilo que é mais inferior na dimensão do 
ser humano,o corpo, embora este também seja importante.

É claro que todas as moças querem namorar um rapaz bonito, e também o contrário, mas 
não se pode esquecer o que disse Exupèry: “O mais importante é invisível aos olhos”, pois é 
o que não envelhece e não acaba. O que é visível desaparece um dia, inexoravelmente ficará velho 
 com o passar do tempo. Aquilo que não se vê – o caráter da pessoa, a sua simpatia que se mostra 
sempre atrás de um sorriso fácil e gratuito, o seu coração bom, a sua tolerância com os erros dos 
outros, as suas boas atitudes, etc. –, não passa, o tempo não pode destruir, e é o que vale.
  
A busca pelo essencial

Se você comprar uma pedra preciosa só pelo seu brilho, talvez acabe adquirindo uma joia falsa. 
É preciso que você conheça a sua constituição e o seu peso. O povo diz muito bem que “nem tudo 
que reluz é ouro”. A felicidade não está na cor da pele, no tipo do cabelo nem na altura do corpo
mas na grandeza da alma. Quantos belos artistas terminaram de maneira trágica a vida! Nem a fama
nem o dinheiro em abundância, nem os “amores” mil, foram suficientes para fazê-los felizes. 
Faltou cultivar o que é essencial, aquilo que é invisível aos olhos. Tenho visto muitas garotas 
frustradas, porque não têm aquele corpinho de manequim ou aquele cabelo das moças que 
fazem propagandas dos xampus, mas isso não é o mais importante, porque acaba.

Os homens de todos os tempos sempre quiseram construir obras que vencessem os séculos. 
Ainda hoje podemos ver as pirâmides de 4000 anos do Egito; o Coliseu Romano, de 2000 anos
e tantas obras fantásticas. Mas a obra mais linda e duradoura é aquela que se constrói na alma
porque é imortal. Portanto, ao escolher o namorado, não se prenda apenas às aparências físicas
é preciso descer às profundezas da alma do outro e buscar seus valores.

É preciso dizer também que não se pode fazer da seu namorado uma peça de exibição que 
faça inveja aos colegas. Ele não pode ser exibido como um carro que você desfila entre os seus 
amigos para mostrar sua “grandeza”. Você estaria fazendo do outro uma “coisa”.

Enfim, Deus nos ajuda com Seu amor e Sua graça; dessa maneira, encontrarmos alguém 
que nos seja adequado. Mas é preciso fazer a nossa parte. O livro do Eclesiástico diz: 
“É uma boa dádiva uma mulher bondosa; uma dádiva daqueles que temem a Deus. 
Ela será dada a um homem por suas boas ações” (Eclo 26,3). Isso mostra que um 
bom cônjuge Deus dá também àqueles que O amam e fazem a Sua vontade.

 










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