Certa vez, um amigo chamado Franz Victor, psicólogo já falecido,
disse-me que
as novelas fazem uma pregação sistemática de antivalores.
Embora isso já faça
bastante tempo, eu nunca esqueci essa frase. Meu
amigo me disse uma grande verdade.
Enquanto a evangelização procura incutir nas pessoas uma vida de
acordo com
os valores do Evangelho, muitas novelas estragam seus
telespectadores
incutindo-lhes antivalores cristãos.
As novelas, em sua maioria, exploram as paixões humanas, muito bem
espelhadas
nos chamados pecados capitais – soberba, ganância, luxúria,
gula, ira, inveja e preguiça
e faz delas objeto dos seus enredos,
estimulando o erro e o pecado, mas de maneira requintada.
Na maioria delas, vemos a exacerbação do sexo, explora-se
descaradamente
este ponto, desvirtuando o seu sentido e o seu uso. Em
muitas cenas, podem ser vistos
casais não casados vivendo a vida sexual,
muitas vezes, de maneira explícita
acintosa e provocante. E isso no
horário em que as crianças e os jovens estão na sala.
Aquilo que um
casal casado tem direito de viver na sua intimidade, é colocado a
público de maneira despudorada, ferindo os bons costumes e os
mandamentos de Deus.
Mas tudo isso é apresentado de uma maneira inteligente, com uma
requintada
técnica de imagens, som, música e um forte aparato de belas
mulheres e rapazes
que prendem a atenção dos telespectadores e os
transforma em verdadeiros viciados.
Em muitas famílias, já não se faz
nada na hora da novela, nem mesmo se dá atenção
aos que chegam, aos
filhos ou aos pais.
Assim, os valores cristãos vão sendo derrubados um a um: a
humildade
o desprendimento, a pureza, a continência, a mansidão, a
bondade, o perdão
entre outros, vão sendo jogados por terra, mas de
maneira homeopática; de forma que
aos poucos, lentamente, para não
chocar, os valores morais vão sendo suprimidos.
Faz-se apologia ao sexo a
qualquer instante e sem compromisso familiar ou conjugal
aprova-se e
estimula-se a prática homossexual como se fosse algo natural e legítimo
quando o Catecismo da Igreja Católica (CIC) chama a prática homossexual
de depravação grave (CIC §2357).
O roteiro e o enredo dos dramas das novelas são cuidadosamente
escolhidos de modo
a enfocar os assuntos mais ligados às pessoas e às
famílias, mas, infelizmente
a solução dos problemas é apresentada de
maneira nada cristã.
O adultério é, muitas vezes, incentivado de maneira
sofisticada e disfarçada
buscando-se quase sempre justificar um
triângulo amoroso ou uma traição.
O telespectador é quase sempre envolvido por uma trama em que um
terceiro surge
na vida de um homem ou de uma mulher casados, que já
estão em conflito com seus cônjuges.
A cena é formada de modo que o
telespectador seja levado a desejar que o adultério
se consuma por causa
da maldade do cônjuge traído.
Assim, a novela vai envolvendo e fazendo a cabeça dos cristãos. A
consequência disso
é que elas passaram a ser a grande formadora dos
valores e da mentalidade
da maioria das pessoas, de modo que os
comportamentos antes considerados absurdos
agora já não o são, porque
as novelas tornaram o pecado palatável. O erro vai
se transformando
em algo comum e perdendo a sua conotação de pecado.
Por outro lado, percebe-se que a novela tira o povo da realidade de
sua vida difícil
fazendo-o sonhar diante da telinha. Nela, ele é levado
a realizar o sonho que
na vida real jamais terá condições de realizar:
grandes viagens aéreas para
lugares paradisíacos, casas superluxuosas
com todo requinte de comidas
bebidas, carros, jóias, vestidos, luxo de
toda sorte; fazendas belíssimas
onde mulheres e rapazes belíssimos têm
disputas entre si.
E esses modelos de vida recheados de falsos valores são incutidos na
cabeça das pessoas.
A consequência trágica disso é que a imoralidade
prevalece na sociedade
a família é destruída pelos divórcios, traições e
adultérios; muitos filhos são
abandonados pelos pais, carregando uma
carência que pode desembocar na tristeza
na depressão, na bebida e até
nas coisas piores.
A banalização do sexo vai produzindo uma geração de mães e pais solteiros que
mal assumem os filhos. É a destruição da família.
O melhor que se pode fazer é proibir os filhos de acompanhar essas
novelas.
Contudo, os pais precisam ser inteligentes e saber
substituí-las por outras
atividades atraentes. Não basta suprimir a
novela, é preciso colocar algo melhor
em seu lugar. Essa é uma missão
urgente para os pais.
Prof. Felipe Aquino
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