quinta-feira, 2 de maio de 2013

CRUZ SINAL DE CONTRADIÇÃO


Algumas pessoas não católicas dizem que a cruz é um símbolo pagão 
e que não deve ser usada. 
Mas esta afirmação não está de acordo com o que a Igreja Católica sempre viveu 
e ensinou desde os seus primórdios e também não concorda com os textos bíblicos
que louvam e exaltam a Cruz de Cristo. Senão vejamos:

Mt 10, 38 – Jesus disse: “Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim”.

Mt 16, 24 – “Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir comigo
renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”.

Lc 14, 27 –“E quem não carrega a sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo”.

Gl 2, 19 – “Na realidade, pela fé eu morri para a lei, a fim de viver para Deus. 
Estou pregado à cruz de Cristo”.

Gl 6, 12.14 – “Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso 
Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”.

1Cor 1,18: “A linguagem da Cruz… para aqueles que se salvam, para nós, é poder  de Deus”.

1Cor 1, 17: “… anunciar o  Evangelho, sem recorrer à sabedoria da linguagem
a fim de que não se torne inútil a Cruz de Cristo”.

Quando o imperador Constantino o Grande, enfrentou seu rival Maxêncio sobre a ponte 
Milvia próximo do ano 300,  viu nos céus uma cruz luminosa acompanhada 
dos dizeres: “In hoc signo vinces!” (Por este sinal vencerás). 
Constantino, então, colocou a sua pessoa e o seu exército sob a proteção 
do sinal da cruz e venceu Maxêncio, tornando-se imperador supremo de Roma
proibindo em seguida a perseguição aos cristãos pelo Edito de Milão, em 313.

O símbolo resultante da sobreposição das letras gregas X e P, iniciais de Cristo em grego
lembrava Cristo e a Cruz e foi representado no estandarte de Constantino. 
No fim do século IV, tomou a forma que lembrava a Cruz.

Após a conversão de  Constantino († 337) a cruz deixou de ser usada 
para o suplício dos condenados e tornou-se  o símbolo da vitória de Cristo 
e o sinal dos cristãos, como mostra de muitas maneiras 
a arte, a Liturgia, a piedade particular e a literatura cristã. 
A cruz tornou-se, então, sinal da Paixão vitoriosa do Senhor. 
Conscientes deste seu valor, os cristãos ornamentavam a cruz com palmas e pedras preciosas.

Os Padres da Igreja como Tertuliano de Cartago e Hipólito de Roma, já nos séculos II e III
afirmavam que os cristãos se benziam com o sinal da Cruz. 
Os mártires tomavam a cruz antes de enfrentar a morte e os santos 
não se separavam da cruz. 
As Atas dos Mártires mostra isso.

No entanto, muito antes de Constantino, Tertuliano (†202) já escrevera: 
“Quando nos pomos a caminhar, quando saímos e entramos, quando nos vestimos
quando nos lavamos, quando iniciamos as refeições, quando nos vamos deitar
quando nos sentamos nessas ocasiões e em todas  as nossas demais atividades
persignamo-nos a testa o sinal da Cruz (De corona militis 3)*.

S. Hipólito de Roma († 235), descrevendo as práticas dos cristãos do século III, escreveu: 
“Marcai com respeito as vossas cabeças com o sinal da Cruz. 
Este sinal da Paixão opõe-se ao diabo e protege contra o diabo, se é feito com fé
não por ostentação mas em virtude da convicção de que é um escudo protetor.

É um sinal como outrora foi o Cordeiro verdadeiro; ao fazer o sinal da  Cruz na fronte 
e sobre os olhos rechaçamos aquele que nos espreita para nos condenar” 
(Tradição dos Apóstolos 42)*.
No  Novo Testamento a Cruz é símbolo da virtude da penitência, domínio das paixões 
desregradas e do sofrer por amor de Cristo e da Igreja pelas salvação do mundo. 
Seria preciso apagar muitos versículos do Novo Testamento para dizer que a Cruz é um símbolo introduzido no século IV na vida dos cristãos. 

O sinal da Cruz é o sinal dos cristãos ou o sinal do Deus vivo, de que fala Ap 7, 2.
Fazendo eco a Ez 9,4: “Um anjo gritou em alta voz aos quatro Anjos que haviam 
sido encarregados de fazer mal à terra e ao mar: “Não danifiqueis a terra, o mar e as árvores
até que tenhamos marcado a fronte dos servos do nosso Deus”.
São Clemente de Alexandria, no século III, chamava a letra T (tau), símbolo da cruz
de “figura do sinal do Senhor” (Stromateis VI 11)*.

Por tudo isso, a vivência e a iconografia dos cristãos, desde o século I, deram à cruz sagrada um lugar especial entre as expressões da fé cristã. Daí podemos ver que é totalmente errônea a teoria de que a Cruz é um símbolo pagão introduzido por influência do paganismo na Igreja e destinado a ser eliminado do uso dos cristãos. Rejeitar a  Cruz de Cristo é o mesmo que rejeitar o símbolo da Redenção e da esperança dos cristãos.

Por Dom Estevão Bettencourt
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