Para construir um casamento duradouro, para
manter-se
fiel e para ter a certeza de estar dando passos seguros na
construção da felicidade, é preciso edificar sobre bases
firmes as
relações de namoro.
Um dos primeiros erros cometidos de
maneira frequente
é estabelecer relações sustentadas na simples química
cerebral, essa que desperta em nós a atração pela outra
pessoa e que,
de maneira arriscada, nos faz chamar de
“amor” o que ainda não o é.
O enamoramento como tal é apenas a infância
do amor e precisa crescer
até desaparecer, para ceder seu espaço à
escolha livre e ao compromisso duradouro.
Por isso, quero compartilhar
nesta reflexão as 4 dimensões do amor humano:
1. Todo amor humano tem uma dimensão biológica.
As
sensações corpóreas, a química cerebral, a atração à primeira vista
despertam
no organismo, de maneira instintiva, uma forte atração sobre a
outra pessoa
fazendo que, de maneira errônea, achemos que amamos
quando simplesmente
sentimos uma atração pela pessoa.
2. Todo amor humano tem uma dimensão afetiva.
2. Todo amor humano tem uma dimensão afetiva.
Ela
se sobrepõe ao primeiro impulso corporal; a descoberta da outra pessoa
em seus valores fundamentais nos fazem entender que já não se trata
somente de atração física, mas que existem também valores espirituais
que
nos permitem envolver-nos emocional e afetivamente com ela. Assim,
passa-se
da atração ao enamoramento. É somente nesta segunda dimensão
que o
enamoramento surge.
Tal enamoramento é simplesmente o desejo de
apropriação daquilo de bom
que vemos no outro, alimentado pelo desejo de
possuí-lo fisicamente
mediante a relação sexual.
3. Todo amor humano tem uma dimensão pessoal.
3. Todo amor humano tem uma dimensão pessoal.
Isso, claro, entendendo que somos pessoas, ou seja, seres integrais que
não
só estabelecem uma relação afetivo-corporal, mas também um vínculo
no qual
todos os valores humanos, espirituais, emocionais, econômicos e
intelectuais nos
fazem comprometer-nos com o outro. É só neste momento
que surge o
compromisso real e o desejo de permanência para sempre.
4. Todo amor humano tem uma dimensão transcendente.
4. Todo amor humano tem uma dimensão transcendente.
Isso significa que somos capazes de compreender que a relação em
construção não
tem como finalidade somente a entrega mútua e a
procriação como fruto dessa
entrega, mas que somos chamados juntos à
santidade e à transcendência.
Trata-se de um amor que não é só
intramundano, mas que vai muito além deste
mundo, porque tem suas raízes
em Deus. Esta dimensão surge quando cada
um possui uma relação com Deus
séria, íntima e disciplinada.
Quando não se consegue superar as duas
primeiras dimensões, então as
pessoas ficam presas à dependência mútua e
se tornam viciadas uma na outra
buscando simplesmente saciar suas
próprias necessidades afetivas, sem
conseguir ir além dos sentimentos
expressados mediante a genitalidade.
Só a integração dessas 4 dimensões permite que o amor seja para sempre.
Só a integração dessas 4 dimensões permite que o amor seja para sempre.
Pelo contrário, sua desvinculação só traz
como consequência a infidelidade, a
criação de necessidades e de
apropriação do outro, a exploração afetiva dos demais.
Nem na dimensão biológica nem na afetiva podem dar-se a escolha e o
compromissoé necessário ir à dimensão pessoal, à totalidade do que se é como
pessoa, como humano, à vinculação da liberdade inteira, à superação do próprio
egoísmo ao despojamento das próprias necessidades afetivas e da exploração
ou coisificação do outro, para começar a amar de verdade.
A última das dimensões acrescente um “plus” de sobrenaturalidade, que
permite aos (futuros) esposos aprender a amar-se no Senhor.
Nem na dimensão biológica nem na afetiva podem dar-se a escolha e o
compromissoé necessário ir à dimensão pessoal, à totalidade do que se é como
pessoa, como humano, à vinculação da liberdade inteira, à superação do próprio
egoísmo ao despojamento das próprias necessidades afetivas e da exploração
ou coisificação do outro, para começar a amar de verdade.
A última das dimensões acrescente um “plus” de sobrenaturalidade, que
permite aos (futuros) esposos aprender a amar-se no Senhor.
Texto: Juan Ávila Estrada
Sacerdote colombiano especializado em Matrimônio e Família.
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